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Veja se é seguro usar cartões virtuais e bancos digitais

Procura por modalidades cresce, mas também o número de fraudes contra usuários 

Eduardo Laviano

O acesso a tecnologia avança no Brasil a cada dia, incentivando um debate cada vez mais amplo sobre segurança de dados, especialmente para quem já está acostumado a usar bancos digitais e cartões virtuais.

Só entre junho de 2022 e junho de 2021, nove milhões de brasileiros foram vítimas de fraudes com cartões, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas.

Na opinião do professor Tadeu Borges Paes, especialista em educação e cibersegurança, o uso da tecnologia para operações financeiras foi acelerado pela pandemia de covid-19 e é um caminho sem volta.

Segundo ele, é preciso focar em três linhas de atuação para garantir a segurança dos usuários. A primeira é conscientizar os jovens que possuem amplo acesso à tecnologia mas pouca experiência de vida e educação financeira, e, portanto, podem ser suscetíveis a golpes.

A segunda frente é a necessidade crescente dos bancos de proteger os clientes, com biometrias facial e ocular, verificação em duas etapas e derivados, com constantes investimentos e atualizações.

É preciso aprender sobre segurança da informação

"A terceira linha seria a educação de segurança da informação para que a sociedade esteja pronta para tais usos. Não podemos pensar apenas em novos aparelhos e novos bloqueios sem reforçar o lado educacional. Muitas dos golpes e fraudes estão ligados a problemas vinculados a aplicativos de pescaria [feitos com o objetivo de aplicar golpes]. Devemos seguir os procedimentos  como evitar gravar senhas e enviar senha por mensagens ou redes sociais, fotos do cartão", diz ele, ao lembrar que os golpistas estudam bem o perfil das vítimas antes de atacar.

Paes reitera a importância de sempre verificar se os aplicativos, mensagens e e-mails são de fato do banco. Outra dica é nunca apertar em qualquer link. O professor lembra, porém, os cartões virtuais são mais seguros que os físicos, e, portanto, devem ter o uso priorizado.

"Toda vez que você vai usá-lo é gerada uma nova chave de compra, ou seja, não é a mesma sempre igual dos cartões físicos. Cartão físico deve ser usado em último caso, apenas em lojas confiáveis. E ainda assim dá para ficar na dúvida, devido aos golpes em máquinas", alerta.

Legislação avança

Na opinião dele, o Brasil tem avançado na legislação e a Lei de Proteção de Dados foi um marco que equipara o país às melhores práticas internacionais. Só no ano passado, o Brasil subiu 54 posições no ranking de Governança de Segurança Cibernética da Organização das Nações Unidas, assumindo a 18ª posição, acima dos Estados Unidos e Canadá.

"Vale ressaltar que não adianta o profissional de tecnologia avançar se os gestores [das empresas do ramo] ficam para trás. Eles devem avançar junto, se educando e conhecendo mais as tecnologias e frameworks de trabalho, podemos também dar enfoque para a população, pois, no final, sem educação a tecnologia se torna falha. Mas estamos no caminho certo", avalia. 

Patrícia Ramos é gerente de uma loja de brinquedos e conta que não toca em um cartão físico há pelo menos dois anos. Para ela, trata-se de uma facilidade que otimiza o tempo e o espaço na bolsa.

"Sou do tipo que quando menos coisas para levar, melhor. Hoje em dia pago tudo no cartão virtual e chega na mesma hora a notificação do meu banco confirmando o lugar que gastei, quanto, o horário. Meu marido é desconfiado. Ele não usa e olha feio. Mas eu, sinceramente, me sinto segura. Acho que a tendência é essa mesmo", diz.

Ela faz parte dos 134 milhões de brasileiros que possuem cartões de crédito, segundo o estudo Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil. Atualmente, quase todos os cartões já são emitidos com a opção de uso virtual via celular. Na outra ponta, quase todas as máquinas de pagamento já aceitam o método.

Oportunidade de ter vida financeira

De acordo com Marcos Seruffo, doutor em engenharia elétrica focado na área de computação aplicada, o fenômeno é fermentado pelo alto número de jovens que enxergam nos bancos digitais uma possibilidade de iniciar uma vida financeira.

"São bancos com novos modelos de negócios, com facilidade de crediário e atendimento virtualizado. Vejo que tecnologicamente estamos num caminho bom, mas ainda pecamos na forma de uso. Muitos dos ataque são via redes sociais. Eles se aperfeiçoaram e estão ligados a como usamos as redes. A quantidade de spam é muito maior com tanta tecnologia na palma da mão", afirma.

A dica de ouro de Seruffo é se informar. Ele lembra que banco nenhum nunca solicita qualquer tipo de transação fora dos aplicativos oficiais. Sendo assim, qualquer e-mail ou mensagem pedindo valores e senhas devem ser imediatamente descartadas. "Eles só usam esses canais como meios informativos. Os bancos virtuais usam chats específicos para conversar com clientes. Os golpes sempre existiram, desde que não tinha celular. A diferença é que mudou a forma de aplicá-los, e, por isso, devemos estar atentos", aconselha. 

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