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Supermercados do Pará enfrentam dificuldades para preencher vagas de trabalho

Em todo o Brasil, setor sofre para preencher 350 mil postos; Aspas confirma que essa situação também é verificada no estado do Pará

Vitória Galvao | Especial para O Liberal
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 Mesmo despontando como uma das categorias com amplas vagas, o setor brasileiro de supermercados enfrenta dificuldades para preencher postos de trabalho, e o Pará enfrenta a mesma realidade. Em entrevista, Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas) e membro da Diretoria da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), confirma o déficit, mas considera o trabalho no setor compensatório aos empregados.

 De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), feito a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, em março deste ano, as 7 posições mais difíceis de preencher vagas são: Operador de caixa; Padeiro; Açougueiro; Embalador; Repositor de mercadorias; Atendente de loja; Vendedor; Auxiliar de serviços de alimentação, correspondentes a 70% das vagas do setor.

 Para Everson Costa, supervisor técnico do Dieese, é necessário que as empresas de supermercado se modernizem e tornem o setor mais convidativo, inserindo por exemplo, plano de crescimento de carreira dentro dos próprios supermercados, “o caixa de supermercado de hoje não é o mesmo de ontem, processos de modernização são necessários, e as horas de trabalho (atuais) são muito altas”.

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 Uma das justificativas que os representantes da área encontram é a busca do trabalhador por mais flexibilidade e também a queda da procura por trabalhos CLT. Dados do Datafolha colhidos entre os dias 11 e 12 de junho em 136 municípios do país, demonstram que, em 2025, 31% da população atualmente trabalha em empregos informais, tendo um significativo crescimento em relação aos 21% do ano de 2021. Ao analisar atentamente, todas as faixas etárias demonstraram interesse em trabalhar por conta própria, mas o contingente é maior entre as faixas de 16 a 24 anos: são 68% a favor de serem autônomos contra 29% que preferem um emprego formal. Entre as pessoas com mais de 60 anos as escolhas são menos díspares, 50% a favor da autonomia contra 45% que é favorável ao regime formal.

Outro apontamento relevante da pesquisa Datafolha é a renda, quanto menor a renda, mais propenso a preferir um emprego CLT. Entre quem recebe até 2 salários mínimos, 72% considera importante o vínculo formal com o contratante, acima de 10 salários mínimos, essa porcentagem cai para 56%. A taxa de desemprego no Brasil é a menor em 13 anos, somente 7% da população está desempregada. Em específico na região Norte, a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2025 foi de 8,2% (dados do IBGE a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD).

Informalidade e reforma no setor

Aos favoráveis à informalidade, a flexibilização do trabalho é uma das principais condições para não optar pela carteira assinada. Diante dessa realidade os setores procuram se reinventar e incluir atrativos para preencher as vagas de posições cruciais do setor e corresponder às mudanças do setor. Para Jorge Portugal “existe um déficit, mas existem muitos benefícios (na área de supermercados), as medidas que estamos tentando tomar são em conjunto com as Abras”.

Atualmente a Abras em conjunto com o Ministério do Trabalho está investindo em recrutar jovens que serviram ao regime militar obrigatório para as vagas de trabalho e inserindo capacitação aos seus colaboradores. Além disso, representantes do setor dos supermercados estão em busca de regulamentar o contrato de pagamento por horas trabalhadas, segundo eles, dessa forma o trabalhador pode ter mais decisão diante das horas trabalhadas e os empregadores começarão a ter a mão de obra suprida.

 

 

 
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