Veja quem está mais vulnerável a fraudes de documentos, segundo especialista
Entenda como esses golpes acontecem e o que fazer para prevenir
Dados da Serasa Experian indicam um registro de fraude de documentos a cada 7 minutos no país, que afetam principalmente a população desbancarizada e com pouca movimentação. O levantamento também destaca que esse tipo de crime possui duas modalidades: adulteração manual ou com uso de inteligência artificial, tendo o ambiente virtual como terreno fértil para a ação. O especialista em cibersegurança, de Belém, Allan Douglas Costa, explica como esse tipo de golpe funciona e quais mecanismos podem ajudar os paraenses a se prevenir.
Sobre o modo de operação das fraudes, Costa destaca a proximidade com o formato original como ponto de partida nas duas situações possíveis. A primeira, que ocorre manualmente, incide na réplica dos dados da documentação das vítimas. Na segunda modalidade, os criminosos utilizam recursos de inteligência artificial para conseguir o máximo de semelhança com fotos e assinaturas, por exemplo.
“Neste contexto, tecnologias de deepfake podem ser utilizadas para alterar vídeos ou fotos de forma convincente, injetando informações enganosas diretamente em sistemas digitais. Na verdade, muitas soluções de segurança atuais ainda não oferecem proteção eficaz contra ataques de deepfake injetados digitalmente, deixando uma brecha crítica que pode ser explorada pelos criminosos”, afirma o especialista.
Alvos recorrentes
O especialista em cibersegurança ainda traça o perfil das principais vítimas desse formato de golpes. Assim como apontado na pesquisa, ele observa que no Pará, os afetados geralmente incluem indivíduos “desbancarizados”, ou seja, que não possuem contas bancárias. Além deles, os que apresentam pouco ou nenhum histórico de transações financeiras digitais também costumam ser as vítimas mais comuns, devido a baixa movimentação de dados em mecanismos de segurança digital.
“Essas pessoas tendem a ser mais vulneráveis por não estarem habituadas a verificar suas informações de maneira regular e por não estarem cientes das melhores práticas de segurança digital. Além disso, há uma maior incidência de fraudes em áreas urbanas densamente povoadas, onde o acesso às informações pessoais por meio de engenharia social é mais fácil e a conscientização sobre segurança digital pode ser limitada”, destaca.
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Prevenção
Para Costa, a prevenção que confere aos usuários está principalmente na atenção aos aplicativos de bancos digitais e na presença ativa de movimentações, mesmo que mínimas nesses espaços. “A ausência de transações ou a inatividade em sistemas financeiros pode fazer com que possíveis fraudes ou roubos de identidade passem despercebidos por mais tempo. Assim, manter uma conta ativa, mesmo com movimentações mínimas, pode ajudar a prevenir fraudes ao alertar rapidamente sobre atividades incomuns”, explica.
Do lado das empresas, a oferta e o aprimoramento de mecanismos de identificação como biometria facial e digital, reconhecimento de voz, autenticação multifator (MFA) e verificações de comportamento de usuário, criptografia de dados, e análise de padrões em tempo real são fundamentais para assegurar essa proteção. Segundo ele, mesmo que ainda exista a possibilidade de burlar sistemas, essas ferramentas podem alcançar até 99% de eficiência.
“A biometria facial, por exemplo, pode ter uma taxa de acerto de até 99,9% em condições ideais, enquanto a autenticação multifator (MFA) pode bloquear mais de 99% dos ataques automatizados. No entanto, a eficácia pode ser comprometida por fatores como qualidade da captura biométrica, uso inadequado dos mecanismos de segurança ou ataques mais sofisticados que utilizam IA para enganar sistemas de reconhecimento”, conclui.
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