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Problemas comportamentais foram a causa de 50% dos desligamentos em 2024, aponta pesquisa

Dados foram divulgados pela 6ª edição do Observatório de Carreiras e Mercado de Trabalho, levantamento realizado pelo PUCPR Carreiras, setor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)

Esther Pinheiro | Especial para O Liberal
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Dados da 6ª edição do Observatório de Carreiras e Mercado de Trabalho, levantamento realizado pelo PUCPR Carreiras, setor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), apontam que 50% dos desligamentos em 2024 foram causados por problemas comportamentais nos ambientes de trabalho. A pesquisa ouviu 3.655 ex-alunos, 3.631 estudantes e 583 empresas da área de recrutamento humano.

Outros fatores, segundo a pesquisa, se dividem entre automatização das funções, com 25%, e redução de custos da empresa, também com 25%. A pesquisa apontou que o cenário revela a importância de soft skills para o sucesso profissional — conjunto de habilidades necessárias que não estão diretamente relacionadas com o trabalho, mas são essenciais no desempenho da função, como a inteligência emocional. 

Ainda segundo o Observatório, de acordo com as empresas ouvidas, as habilidades mais valorizadas em um profissional são: solução de problemas (14,34%), trabalho em equipe (12,64%) e relacionamento interpessoal (11,03%). Outros pontos de destaque também foram comunicação oral (8,40%) e comunicação escrita (8,02%). O resultado mostra um mercado que, atualmente, procura a adaptação do profissional nas áreas de desenvolvimento de competência e evolução em habilidades interpessoais e emocionais. 

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O levantamento da PUCPR também mostrou que, junto de habilidades técnicas como domínio do pacote Microsoft Office e demais softwares usuais na atividade profissional, fatores comportamentais como organização, proatividade e comprometimento ocupam o topo da lista de soft skills procuradas.

Priorização do ambiente organizacional 

Segundo Anna Padinha, gerente de Recursos Humanos, questões comportamentais sempre tiveram peso nas decisões de desligamento profissional, mas houve uma mudança na visibilidade e tolerância das empresas a determinados comportamentos. 

O foco era anteriormente direcionado para os resultados técnicos e, atualmente, percebe-se que uma entrega de qualidade perde valor se for acompanhada de posturas que prejudicam o ambiente organizacional. “O cenário pós-pandemia, o aumento do trabalho híbrido e a entrada de novas gerações mais conscientes sobre bem-estar e respeito no ambiente de trabalho também ajudaram a acelerar essa mudança de percepção”, explicou Padinha.

Conforme também pontuou a pesquisa, o comportamental segue como um diferencial para manutenção e ampliação de carreiras. O desempenho de um único colaborador pode interferir negativamente no ambiente profissional e afetar o rendimento de quem compartilha o ambiente. “Um único colaborador com postura negativa pode afetar a motivação, a produtividade e até a permanência de outros membros do time. É como uma peça desalinhada em uma engrenagem. O impacto se espalha, aumentando o estresse, reduzindo a colaboração e, em alguns casos, prejudicando a imagem da liderança”, explicou Anna.

Demissão imediata pode depender da gravidade do comportamento

De modo geral, segundo Padinha, as empresas optam pelo desligamento quando a postura do colaborador compromete o desempenho e o clima da equipe. Entre os principais comportamentos que levam à demissão estão falta de comprometimento com entregas e prazos, atitudes desrespeitosas ou antiéticas, dificuldade constante de trabalhar em equipe e comportamentos que geram conflitos desnecessários. “Mesmo quando a parte técnica é satisfatória, esses fatores podem se sobrepor e pesar na decisão”, pontuou a gerente.

Segundo ela, entretanto, existe uma diferença entre comportamentos que levam à demissão imediata e aqueles que, quando repetidos, levam ao desligamento. O gerenciamento de ambos também é feito de forma diferente. A demissão imediata acontece quando há uma quebra grave de valores do local de trabalho ou riscos legais, como assédio, discriminação ou fraude. A demissão por repetição, por outro lado, ocorre com comportamentos prejudiciais, que incluem atrasos, resistência a feedbacks, baixa colaboração. Nesse cenário, segundo Anna, o desligamento é feito quando as atitudes persistem após orientações, advertências e chances reais de melhoria.

 

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