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Golpes pix já atingiram 24 milhões de brasileiros

Levantamento Datafolha revela prejuízo de R$ 29 bilhões; em Belém, lojistas e consumidores relatam casos e cuidados contra fraudes

Andreza Dias
fonte

O Pix, implementado em 2020 pelo Banco Central (BC) como solução rápida para transferências bancárias, frequentemente tem se tornado meio de crimes virtuais, causando prejuízo aos usuários. Segundo pesquisa do Datafolha em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre julho de 2024 e junho de 2025, cerca de 24 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes financeiros envolvendo PIX ou boletos bancários, resultando em um prejuízo estimado em quase R$ 29 bilhões.

Dos entrevistados pelo levantamento, 14% responderam que já caíram em golpes virtuais. O número é superior aos entrevistados que disseram ter sido vítimas de roubo ou furto de celular ou que receberam notas de dinheiro falso. Tantos jovens como idosos são alvos desses golpes, geralmente envolvendo boletos fraudados e compras on-line, respectivamente. Em Belém, lojistas e consumidores se mantêm em alerta para possíveis tentativas de golpe via pix.

Lojistas de Belém redobram atenção com transações 

Para Ana Paula Rodrigues, dona de uma loja de acessórios, a melhor alternativa está sendo a verificação dos comprovantes. “Tem um QR Code aqui na loja, mas eu sempre confiro na hora se o dinheiro cai para poder liberar a mercadoria para o cliente. E quando não estou na loja, eu passo na máquina”, conta Ana. Ela conhece vítimas de golpes desse tipo e toma as precauções para não ser a próxima vítima.  

O gerente de loja Jefferson Monteiro afirma que quando há erros com o banco para gerar o comprovante de pagamento ele opta por confirmar no sistema. “A gente verifica na conta se tiver na conta, é liberado”, conta Jefferson.

Estratégias para fugir de golpes

De acordo com o Banco Central, em 2024, houve cerca de 5 milhões de pedidos de devolução por fraudes no Pix, um aumento de 98% em relação a 2023. Ainda assim,tentando viabilizar o estorno de valores, a pessoa deve recorrer ao  Mecanismo Especial de Devolução (MED) pelo seu Banco, sistema de segurança do Pix em caso de fraudes.

A costureira Eliane Pereira Pacífico já presenciou casos próximos. A irmã dela foi vítima de um golpe de boleto falso. “Minha irmã caiu num golpe com um boleto que chegou para ela de mil e poucos reais. Ela não teve nem como voltar atrás. Eu procuro nem abrir, quando cai alguma coisa no meu celular, qualquer coisa de compra desconhecida, eu nem abro”, conta Eliane. 

Segundo o especialista em cibersegurança e pós-doutor em ciências da computação Allan Costa, os golpes estão cada vez mais sofisticados, acompanhando a popularidade do sistema de pagamentos instantâneos. "O sistema mostra o nome do recebedor antes da confirmação da transferência. Se o nome apresentado não corresponder à pessoa ou à empresa esperada, é um indício claro de fraude. Da mesma forma, boletos falsificados podem ter pequenas diferenças, como logotipos borrados, erros de português ou valores divergentes em relação ao combinado”, alerta Allan. 

Já os casos de extorsão digital são amplos. “Um dos mais comuns é o chamado ‘golpe da engenharia social’, em que criminosos manipulam a vítima por telefone, mensagens ou redes sociais para induzi-la a fazer a transferência”, enfatizou o especialista.

Segurança digital 

A atenção redobrada sempre será aliada na cibersegurança, verifique as informações antes de mandar o PIX.  “Além disso, recomenda-se manter o celular protegido com autenticação forte, evitar instalar aplicativos de origem duvidosa e manter o sistema operacional atualizado. Outro cuidado essencial é nunca realizar transferências com base em mensagens suspeitas recebidas por aplicativos, mesmo que pareçam vir de amigos ou familiares. Nessas situações, o ideal é confirmar por uma ligação telefônica se o pedido é real”, conta Allan.

 

Quais são os golpes mais comuns? 

Clonagem de whatsapp - Com acesso ao número pessoal da vítima, o golpista se passa pela vítima e pede dinheiro a contatos ou inicia golpes

Central de conta bancária -  Golpista liga se passando por funcionário do banco (central de relacionamento), alegando bloqueio, irregularidade ou tentativa de saques. Evite passar seus dados pessoais. Nenhum banco pede informações desta forma.

Qr code adulterado -  Sobrepõe o QR code original (por exemplo, no ponto de venda, em totens, ou em recibos) por um QR que redireciona o pagamento para a conta do golpista. Há também QR falsos colocados em anúncios e sites.

Pix agendado -  Pagamento agendado ou "prometido" via PIX para depois (por ex.: agendar o PIX para outra data, enviar comprovante falso etc.

Pix 'errado' -  O golpista simula um depósito acidental na conta da vítima (ou diz que pagou a mais) e pede que a vítima devolva o valor — geralmente orientando a devolver via PIX para outra chave.



Serviço  

Em Belém, a população pode contar com a Delegacia de Crimes Virtuais com o registro de um Boletim de Ocorrência on-line por Apropriação Indébita referente aos golpes de pix.

- Delegacia de crimes virtuais; Endereço: Governador Magalhães Barata, 209. Bairro Nazaré - Belém - Pará.

- Informar da fraude via Mecanismo Especial de Devolução (MED) no app do banco.

 

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