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Preço do pescado recua pelo terceiro mês seguido em Belém, aponta Dieese; veja os mais baratos

Redução é provocada por fatores locais e internacionais, entenda

Maycon Marte
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O preço dos pescados em Belém registrou um recuo pelo terceiro mês seguido nos mercados municipais, conforme o levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). O estudo aponta que a queda mais significativa foi de aproximadamente 9%, no valor da Traíra, que pode ser explicado pela grande oferta de peixes, como avalia o peixeiro Alessandro Rodrigues. Nas feiras da capital, o vendedor relata reduções de até 28% em alguns casos, com previsão de estabilidade nos preços pelos próximos dois meses.

Rodrigues afirma que no início deste mês de agosto a oferta de peixes aumentou, o que justifica preços menores, mas avalia que, em meados de outubro, os valores voltem a subir no movimento oposto. Ele afirma que a espécie mais procurada pelos consumidores na sua venda é a Dourada, que saiu de R$ 35 para R$ 25 no último mês, uma redução de 28%. “Antes ela chegou a custar uns R$ 35, a graúda, agora está custando em média uns R$ 25 o quilo”, avalia.

Para o vendedor, o poder de compra dos consumidores também influencia nesse movimento, já que muitos continuam se recuperando dos gastos com as férias. Ao mesmo tempo, em que a redução nos preços também deve atrair o interesse pela proteína em relação as demais. “Esse é o melhor momento para compra peixe, em outubro ele dá uma sumida, fica escasso e por isso aumenta”, explica.

Além da Traíra, outras espécies também registraram quedas no mês de julho, as mais expressivas são: tainha (9,66%), pirapema (8,69%), pescada-branca (6,77%). Ainda no mês passado, algumas espécies demonstrarem aumento nos preços, com destaque para a Sarda com alta de 11,00% seguido do Curimatã (10,29%), Mapará (8,95%) e a Arraia (8,87%).

A pesquisa do Dieese considera os mercados municipais e conta com apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Belém (Sedcon). Apesar da diminuição encontrada na variação mensal, a análise indica que os preços seguem em alta quando considerado o acumulado deste ano, de janeiro a julho. Nesse recorte, a maior alta registrada no preço médio do pescado chega a aproximadamente 39%.

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Tarifas dos EUA também afetam segmento

Além de fatores naturais, o engenheiro de pesca e atual presidente da Federação Nacional dos Engenheiros de Pesca do Brasil, Marcos Brabo, defende que “a maior oferta de pescado no mercado local se dá pela paralisação das exportações aos Estados Unidos”. Na sua avaliação, esse cenário também deve afetar o preço de outras espécies de peixes menos procuradas, assim como de outras carnes, por serem substitutos ou concorrentes. Após taxar em 50% os produtos brasileiros que entram nos EUA, o presidente americano, Donald Trump, retrocedeu e isentou parte dos insumos, mas não incluiu as carnes de produção brasileira no pacote.

Brabo aponta uma readequação de toda a cadeia envolvida na pesca e comercialização do pescado, que precisará “refazer o seu planejamento a partir da realidade de um novo mercado, seja ele interno ou externo”. “As novas tarifas impostas pelo governo norte-americano criaram uma nova realidade para os empresários da pesca, que de maneira geral impacta negativamente a rentabilidade do negócio e até compromete a viabilidade de algumas pescarias, como o Pargo”, explica.

Mesmo com os benefícios de preços mais atrativos para o consumidor final de Belém, o engenheiro alerta para os efeitos decorrentes da perda de um mercado importante. Segundo ele, esse impacto deve atingir com mais força os municípios mais dependentes dessa atividade, a exemplo de Bragança, nordeste paraense.

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