Pescado está mais barato em Belém, mas não atrai consumidores; confira as espécies
Na Feira da Pedreira, vendedores reclamam do movimento nesta segunda, dizendo que está “muito fraco”

O preço do pescado vendido em Belém está mais baixo, segundo vendedores e consumidores, mas, mesmo assim, as feiras da cidade não têm grande movimento neste início de semana. A última pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) apontou que, após meses de altas, pela primeira vez neste ano o custo dos peixes começou a cair em abril. Porém, em relação aos últimos 12 meses, o cenário ainda é de alta, com reajustes acima da inflação. Confira alguns preços da pesquisa no infográfico.
Na Feira da Pedreira, visitada pela reportagem do Grupo Liberal na manhã desta segunda-feira (3), foi unânime: os preços estão mais baixos, mas o movimento está fraco. O vendedor Alex Vieira conta que, três meses atrás, os valores estavam bem mais elevados; a dourada, por exemplo, teve uma retração de cerca de 60%, segundo ele. O vendedor exemplificou: a dourada custava R$ 40 e agora está sendo vendida a R$ 20, sendo a maior R$ 25; a piramutaba era R$ 20 e hoje chega a R$ 10 ou R$ 15; e a gó, que custava R$ 25, agora sai por R$ 15.
‘Época’ dos peixes
“A piramutaba até agora não falhou. Está dando desde o ano passado, e muito. Quando dá muito peixe assim, ele fica mais barato”, explica. É como se agora fosse a “época” dessas espécies, de acordo com Alex. O peixe que está mais caro é o filhote, que custa R$ 40, assim como a pescada amarela. “Devagar, mas está caindo. Para o que estava, agora está muito bom de preço”, afirma.
Por outro lado, ficou mais caro o tamuatá - antes, era possível encontrar a R$ 10, mas agora o custo chega a R$ 25 ou R$ 30. O movimento na Feira da Pedreira, segundo o vendedor, “caiu muito”. Como as espécies estão baratas, ele diz que algumas pessoas vendem na rua, o que reduz o fluxo de consumidores nas feiras e nos mercados.
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Em outra banca no mesmo local, o comerciante Orlando Santos, que trabalha apenas com gó, diz que os preços diminuíram bastante. “É porque apareceu mais, está aparecendo mais peixe, aí abaixa o preço. Quando tem pouco, aumenta. Quando tem muito, baixa. É normal nessa época do ano. Chega no verão, começa a baixar. A gente pode dizer que está na época. Mas o movimento está fraco”, ressalta. Na sua venda, a gó custa R$ 15 independente do tamanho.
Consumidoras notam queda
A estudante Ingrid Braga, de 30 anos, estava na Feira da Pedreira nesta segunda. “Acho que está bom, razoável, porque às vezes está mais caro e acho que até que está razoável agora”, relata. A consumidora costuma comprar pescado com frequência e, nesta segunda, optou pela dourada, com um gasto total na casa dos R$ 70. Para ela, o preço está o mesmo de antes.
Já a autônoma Neuzarina Matos, de 50 anos, enxerga o contrário: ela diz que os valores estão mais baixos. “Está bom, a gente não pode reclamar muito porque tem que comer, né? A diferença é pequena mesmo quando aumenta. Recentemente, teve uma queda, dá para levar mais”, opina. Embora a pesquisa do Dieese-PA referente a maio ainda não esteja concluída, o supervisor técnico do órgão, Everson Costa, adiantou que o cenário se mantém, com tendência de queda.
Espécies de pescado que ficaram mais baratas em 2024
Dados até abril
- Bagre: R$ 13,25 (-1,85% )
- Filhote: R$ 33,42 (-5,43%)
- Mapará: R$ 13,46 (-16,96%)
- Mero: R$ 11 (-51,11%)
- Piramutaba: R$ 13,21 (-5,71%)
- Serra: R$ 16,63 (-2,58%)
- Tucunaré: R$ 19,64 (-15,60%)
- Xaréu: R$ 12,48 (-0,64%)
Fonte: Dieese-PA
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