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Pará teve mais de 2 mil notas falsas circulando em 2021; saiba como identificar

Especialista do Banco Central orienta a população sobre o que fazer ao desconfiar que uma cédula é falsa

Elisa Vaz

A falsificação de dinheiro é uma prática comum no Brasil – segundo o Banco Central, especialmente quando uma nova cédula é lançada na economia, em que há mais chances do crime não ser descoberto. Apenas em 2022, até o final de fevereiro, 132 notas já haviam sido falsificadas no Pará, somando o valor de R$ 10.745. Em todo o ano passado, o montante chegou a R$ 167.397, com 2.131 notas falsas. O número de cédulas representa uma queda de 35,98% em comparação com 2020, que teve 3.329 notas falsificadas, com um total de R$ 223.510 falsos circulando na economia.

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A inserção desses valores no mercado pode ter um impacto na sociedade, seja como um todo ou para o bolso de um consumidor específico. O economista Valfredo de Farias explica que um deles pode ser a inflação mais alta, caso o montante seja muito grande, com milhões ou bilhões de notas, o que aumentaria a base monetária da economia. Porém, se a circulação não chegar a tanto, dificilmente haverá uma grande diferença na inflação. “O volume dessas notas não chegam a ser 10% das notas da base monetária que está em circulação. Então, por esse ponto, eu acredito que não vai gerar um impacto inflacionário”, diz.

De qualquer forma, ele acredita que a consequência disso para a sociedade é prejuízo, tanto para as pessoas quanto para as empresas. Como o Banco Central não é obrigado a trocar uma nota falsificada, a pessoa que aceita aquela cédula fica no prejuízo, da mesma forma que as empresas – dependendo da quantidade, pode até ser decisivo para o resultado financeiro do negócio.

“Digamos que uma pessoa pagou R$ 10 mil com notas falsificadas. Isso é um rombo para uma empresa. Assim como uma pessoa que ganhou um salário mínimo, por exemplo, se ela recebe uma nota de R$ 50 falsificada também é um prejuízo muito grande para ela. É lógico que as pessoas tendem a passar para frente essas notas, colocar em caixa de banco para depositar, e às vezes o banco pega, às vezes não pega, não sei qual é o critério, mas, de fato, quem é penalizado em última instância são as pessoas, seja física ou jurídica”, alerta.

A orientação de Valfredo para os cidadãos é que eles, constantemente, busquem informações sobre o tema, para identificar os itens de segurança disponíveis nas cédulas. Segundo o Banco Central, as notas mais usadas para falsificação são as de R$ 100 e R$ 50, ambas de segunda família. Em 2020 e 2021, por exemplo, os percentuais de falsificação dessas notas específicas foram, respectivamente, 79% e 76,72%. Apesar disso, outro alerta que o economista faz é para que as pessoas também tenham cuidado com as notas de valores mais baixos. Mesmo com a falsificação mais grosseira, essas cédulas podem circular durante um bom tempo na economia, diz ele.

Como identificar uma nota falsa

A principal forma de evitar golpes e prejuízos com notas falsas é saber como identificá-las. O gerente técnico de meio circulante do Banco Central, Giovanni Rezende, afirma que há algumas formas de identificar a legitimidade do dinheiro brasileiro. Isso porque as cédulas de reais contam com diversos elementos de segurança, não sendo necessário nenhum recurso especial para fazer uma boa identificação, bastando a visão, o tato e uma boa iluminação, seja natural ou artificial.

“Podemos destacar a faixa branca, onde teremos a marca d’água. Ao projetarmos a cédula contra a luz, veremos o animal-tema correspondente à denominação da cédula. No caso da cédula de R$ 20, um micoleão dourado. Temos também um elemento muito importante, que é o alto relevo. Passando o dedo sobre a cédula, teremos em diversos pontos a diferença de altura da impressão. Para cédulas de R$ 10, R$ 20 e R$ 200, temos o número que muda de cor. Fazendo esse movimento com a cédula, para baixo e para cima, a denominação vai mudar sua cor de verde claro para verde escuro. Para cédulas de R$ 50 e R$ 100 reais, temos o que chamamos de faixa holográfica, e fazendo movimento veremos a mudança de cor ao longo dessa faixa. E nesse ponto específico haverá alternancia entre a palavra ‘reais’ e o número 50”, orienta o especialista do órgão.

Prisões e apreensões

A Polícia Federal (PF) no Pará, órgão responsável em atuar contra este tipo de prática, informou que, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz), em trabalho conjunto com a Unidade Especial de Repressão à Falsificação de Moedas da Polícia Federal, tem se empenhado muito para combater o crime de moeda falsa, tipificado no artigo 289 do Código Penal Brasileiro (CPB) que prevê pena de reclusão de três a 12 anos.

“Nos anos de 2021 foram oito presos, e no ano de 2022, até o momento, mais dois em flagrante. Vale ressaltar que, se uma pessoa desconfiar da validade da moeda, deve trazê-la à Polícia Federal e noticiar a ocorrência no plantão. E caso a pessoa saiba da falsidade e queira passar adiante incorrerá no crime equiparado (CP art. 289, parágrafo 2), com pena de detenção seis meses a dois anos, além de multa”, disse a autarquia. A reportagem também questionou se o valor total resultado deste crime em circulação na economia foi apreendido, mas a Polícia Federal não deu mais detalhes.

Venda online

Uma reportagem especial do Fantástico, veiculada no último domingo (13), mostrou uma investigação sobre um aplicativo de mensagens instantâneas, que passou a ser usado de forma criminosa. A equipe do programa afirma ter monitorado, durante um mês, 44 grupos de mensagens, flagrando diversos crimes em execução. Um dos criminosos vendia até notas falsas em um grupo com quase 7.500 participantes, e a reportagem enfatizou que quem compra as cédulas não faz questão de ser discreto - até faz propaganda, mostrando a qualidade das notas. A dificuldade é achar a pessoa, já que os usuários usam, neste caso, apenas um nome de usuário, sem número de telefone. A PF no Pará também não respondeu se já houve algum indício desta prática no Estado.

Número de notas falsas no Pará

2022

  • 132 notas
  • As mais falsificadas 100 (78) e 50 (30) – segunda família
  • Total: R$ 10.745

2021

  • 2.131 notas
  • As mais falsificadas 100 (820) e 50 (815) – segunda família
  • R$ 167.397

2020

  • 3.329 notas
  • As mais falsificadas 100 (1.525) e 50 (1.105) – segunda família
  • R$ 223.510

Fonte: Banco Central

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