Pará tem quase 160 mil empresas inadimplentes; especialista dá dicas para sair do vermelho
A inadimplência foi mais intensa no setor de serviços, que representa 55,9% das empresas devedoras, aponta pesquisa
A Região Norte registrou uma das maiores taxas de inadimplência empresarial em julho, com o Pará liderando com 159.084 empresas no vermelho, de acordo com a Serasa Experian. No total, 6,9 milhões de CNPJs no Brasil estão negativados, representando 30,8% das empresas do país. A inadimplência foi mais intensa no setor de serviços, que representa 55,9% das empresas devedoras.
Entre os estados nortistas, além do Pará, Amazonas e Rondônia também tiveram números expressivos, com 79.564 e 54.331 empresas inadimplentes, respectivamente. A taxa proporcional mais alta foi registrada em Rondônia (38%), seguida pelo Amapá (37,4%) e Pará (36,5%). Ao todo, nos sete estados, a inadimplência atingiu mais de 370 mil empresas em julho deste ano na região norte.
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Cada CNPJ inadimplente acumula, em média, sete dívidas, somando um total de R$ 147,1 bilhões. A maior parte dessa inadimplência está concentrada em micro e pequenas empresas, que enfrentam dificuldades financeiras devido à falta de reservas e ao fluxo de caixa reduzido. Dos 6,9 milhões de negócios endividados, 6,5 milhões são desse porte, com um montante de dívidas que chega a R$ 126,4 bilhões.
O especialista contábil Lamarque Santos destaca que, além do cenário macroeconômico, a gestão ineficiente também é um fator crucial para o acúmulo de dívidas entre os pequenos negócios. "As micro e pequenas empresas sofrem com dificuldades de planejamento e comunicação ineficientes, o que gera falhas na tomada de decisão e na gestão da qualidade", ressalta Santos.
Setores
O setor de serviços lidera a lista de inadimplência, com 55,9% das empresas negativadas, seguido pelo comércio, com 35,6%, e a indústria, com 7,3%. Esses números apontam que, apesar de uma leve melhora em relação ao mês anterior, a inadimplência ainda é um desafio para as empresas, especialmente na Região Norte do país.
A lista de débitos segue com: “Primário” (0,8%) e a categoria “Outros” (0,3%), que engloba o segmento Financeiro e o Terceiro Setor.
Dicas para empresários saírem do vermelho
O profissional da área de contabilidade concluiu dando 3 dicas para os empreendedores que buscam reorganizar suas finanças. Ele destaca a importância de um planejamento tributário adequado, uma vez que a carga tributária afeta diretamente o lucro das empresas.
1. Orientação profissional
O especialista orienta fortemente a busca por ajuda especializada ao dizer: "Peça ajuda ao seu contador, faça um planejamento tributário e acompanhe o fluxo de caixa diariamente. Isso ajuda a evitar surpresas financeiras e a identificar prioridades." Segundo ele, essa abordagem não só ajuda a evitar problemas financeiros inesperados, mas também facilita a identificação de áreas que precisam de atenção e planejamento contínuo para uma gestão mais eficaz.
2. Renegociar
Santos também sugere a renegociação de dívidas como uma estratégia crucial. Ele destaca: "Além disso, Santos sugere a renegociação de dívidas, focando em aquelas com juros mais altos, e a eliminação de gastos desnecessários." Ele reforça a importância de cortar despesas supérfluas e de monitorar os indicadores financeiros regularmente, para assegurar que a empresa permaneça no caminho certo e para evitar que as dívidas acumuladas comprometam a saúde financeira do negócio.
3. Separar prioridades
O profissional conclui com uma recomendação importante sobre a separação das finanças: "Por fim, o profissional diz que separar as dívidas pessoais dos débitos empresariais pode ajudar a manter um controle financeiro mais claro e eficaz." De acordo com ele, essa separação facilita um controle mais organizado e transparente das finanças, ajudando a manter um equilíbrio financeiro tanto na esfera pessoal quanto na empresarial.
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