Número de inadimplentes no Pará cresce 9,47% em setembro

Percentual ficou acima das médias da região Norte e do Brasil, segundo SPC Brasil

Andreza Dias
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O número de consumidores inadimplentes no Pará cresceu 9,47% em setembro de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os dados são do SPC Brasil e mostram que o aumento ficou acima da média da região Norte (7,99%) e também da média nacional (8,91%).

Na comparação com agosto, houve uma leve queda de 0,28% no total de devedores no estado. No mesmo período, a variação na região Norte foi de 0,03%.

Em setembro de 2025, cada consumidor negativado do estado devia, em média, R$ 4.156,89 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 30,09% dos consumidores do Pará tinham dívidas de até R$ 500, percentual que sobe para 45,01% quando consideradas as dívidas de até R$ 1.000. O tempo médio de atraso é de 30,1 meses, e 36,99% dos devedores possuem inadimplência entre um e três anos, segundo o SPC Brasil.

O levantamento mostra que a faixa etária de 30 a 39 anos concentra a maior parte dos inadimplentes paraenses, com 26,51% do total. A divisão por sexo é equilibrada, com 51,17% de mulheres e 48,83% de homens entre os consumidores com dívidas em atraso.

Para a professora da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Ana Elizabeth Reymao, as altas taxas de inadimplência são preocupantes. “A dívida não pode comprometer uma parte elevada da renda, para que ela não se multiplique e seus encargos não prejudiquem a capacidade de consumo”, alerta. 

Segundo a economista, o endividamento prejudica a economia ao reduzir vendas e o giro de negócios e pode causar estresse financeiro. “Além de prejudicar a economia, já que as dívidas atrasadas reduzem as vendas e o giro dos negócios, o endividamento pode causar estresse financeiro, causando ansiedade e afetando a saúde mental do endividado, a perda de bens, tensão em relacionamentos, brigas familiares e com amigos”, afirma Ana Elizabeth.

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Número de dívidas cresce mais que a média nacional

Em setembro, cada consumidor inadimplente do Pará possuía, em média, 2,16 dívidas em atraso, número ligeiramente menor que a média da região Norte (2,17) e do país (2,23). O total de dívidas registradas no estado cresceu 16,28% em relação a setembro de 2024, também acima das médias regional (15,31%) e nacional (15,07%). Em comparação com agosto, houve uma pequena redução de 0,37%.

No país, a alta inadimplência resulta da combinação entre juros elevados e inflação persistente, somada à falta de planejamento e educação financeira, além do desconhecimento dos riscos do uso do cartão de crédito, um meio prático e rápido, mas caro e com alto potencial de gerar dívidas difíceis de pagar. Nesse sentido, a maior taxa de dívidas está concentrada no setor bancário respondendo por 59,57% do total registrado.

A professora Ana Reymao destaca ainda fatores socioeconômicos do Pará: “Temos baixa renda e uma economia muito aquecida, com preços elevados, pressionando os gastos das famílias e dificultando o pagamento de compromissos com instituições financeiras”, finaliza a economista.

 

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