Número de inadimplentes cresce no Pará

Dividas com bancos e cartões de crédito são mais frequentes entre os paraenses

Maycon Marte | Especial para O Liberal
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O Mapa da Inadimplência, disponibilizados pela Serasa, aponta que o Pará possui mais de 2,5 milhões de pessoas endividadas. Até dezembro de 2023, o número representa 38,54% da população adulta do estado. O economista Nélio Bordalo Filho esclarece que pela educação financeira “o endividamento deve ficar em torno de 30% da renda familiar para compromissos normais”. 

Segundo o especialista, a economia sente diretamente a ausência dos consumidores inadimplentes, “isso impacta na movimentação financeira da economia do estado, ou seja, essas pessoas ficam à margem do mercado consumidor porque o seu poder de compra também foi afetado de alguma maneira”. Entre as dificuldades, descreve ainda uma  sucessão de consequências desse afastamento. “Essas pessoas que estão inadimplentes deixam de consumir boa parte do que vinha normalmente consumindo… a dificuldade para novos trabalhos, novas vagas de emprego e, além disso, o governo do Estado deixa de arrecadar impostos, porque essas pessoas também vão reduzir essas compras ou a contratação de serviços”, explica.

O economista explica que diferentemente da dívida, “a inadimplência é quando essa pessoa ou a família não consegue honrar, pagar em dia aos seus compromissos". Na capital paraense, os índices de inadimplentes chegam a 660 mil pessoas. Os dados avaliados no período de dezembro de 2023 registraram 2.504.025 milhões de inadimplentes, em comparação com o ano de 2022 com 2.426.415.

Principais dívidas

Bordalo destaca que as principais dívidas “são com bancos, cartões de crédito e certamente cheque especial”, mas enfatiza que muitas das pessoas endividadas “estão com dificuldades em conseguir renda”. O especialista descreve que o comportamento normal é de pessoas usando recursos de crédito para suprir necessidades do dia a dia. “Cartão de crédito, principalmente, e o cheque especial são utilizados pelas famílias como complemento de renda, ou na tentativa de equilibrar seu orçamento mensal”.

Apesar de parecer, o economista afirma que iniciativas como o crédito não precisam ser armadilhas financeiras. “O cartão de crédito por si só não é uma armadilha, ele é um instrumento se bem utilizado para equilibrar o orçamento, o problema é quando as pessoas deixam de pagar”, por quaisquer razões.

Segundo a Serasa, as dívidas com Bancos e Cartões de crédito no Pará são a maioria, com 30,28% do total, seguidos pelo varejo com 19,31% e as financeiras que registram 16,70%. Os dados apontam como o grupo mais inadimplente, consumidores entre 26 e 40 anos, o equivalente a 36%. O grupo de idade a partir dos 41 e até 60 anos soma 38%, pessoas acima disso são apenas 15,6%, o menor índice fica com consumidores de até 25 anos, que representam 14,6%.

Inadimplentes

O dilema da dívida com o cartão de crédito ainda atinge a vida do bolsista de iniciação científica João Reis, que, apesar de já ter negociado dívidas anteriores, continua inadimplente. O consumidor conta que todas as suas dívidas começaram com “compras rotineiras como lanchonete e supermercado” no cartão de crédito e depois se transformaram em uma bola de neve. “Eu não pagava o valor total da fatura, isso ia acontecendo ao longo dos meses e a dívida aumentava por conta dos juros”, explica.

Apesar das tentativas de manter o nome limpo, Reis conta que o ciclo de endividamento volta a se repetir. “Aparecia o período do Serasa limpa nome ou propostas no e-mail de negociação, eram descontos muito bons, aí eu me livrava de certa forma das dívidas passadas, só que fiz isso várias e várias vezes e continuo endividado”, afirma. Agora, segue aguardando novos períodos ou oportunidades de negociação das dívidas pendentes que se acumularam, segundo ele, “nesse período de final de ano que a gente compra mais”.

Plataformas de negociação

Sem a necessidade de sair de casa, existem diversas alternativas possíveis para negociar dívidas online direta ou indiretamente.

Serasa limpa nome:

A plataforma Serasa Limpa Nomes é o mecanismo mais conhecido para negociação de dívidas de maneira geral. A empresa reforça que os pagamentos podem ser feitos em diferentes modalidades e através do aplicativo mobile.

Desenrola Brasil:

O Desenrola Brasil é um programa de renegociação lançado pelo Governo Federal em junho de 2023 para ajudar pessoas físicas com o nome sujo.

Recovery:

Pertencente ao Grupo Itaú, o site está entre os mais populares para negociar dívida.

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