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Motoristas de aplicativos fazem mobilização em Belém contra Uber, 99 e outras plataformas

Eles querem aumento do valor recebido por quilometragem para R$ 2 e o valor mínimo por corrida paga para os trabalhadores para R$ 10

Fabrício Queiroz

Trabalhadores de aplicativos de mobilidade fizeram uma manifestação contra plataformas de transporte, como a Uber e a 99, na manhã desta segunda-feira (15), em Belém. O ato ocorreu no Portal da Amazônia, onde os motoristas se reuniram para discutir pleitos da categoria. Entre as principais pautas estão o aumento do valor recebido por quilometragem para R$ 2 e o valor mínimo de R$ 10 por corrida paga para os trabalhadores.

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O protesto acompanha o movimento nacional, em que é recomendado que os trabalhadores desliguem os apps por 24 horas. De acordo com o Sindicato dos Motoristas de Transporte por Aplicativos do Estado do Pará (Sindtapp), há cerca de 25 mil motoristas de aplicativo rodando na Região Metropolitana de Belém e, entre eles, as maiores queixas envolvem a alta taxa recolhida pelas empresas.

"Aqui no Pará estamos há sete anos com a mesma tarifa. Começou com uma tarifa de R$ 7 e foi baixando tanto que hoje a corrida mínima chega a até R$ 4,50, sendo que às vezes a plataforma ainda fica com 40% a 50% daquela corrida", reclama o presidente Sindtapp, Euclides Magno, ressaltando que considera injusta a prática, visto que a maior parte dos custos é de responsabilidade dos prestadores de serviço.

As plataformas começam com uma taxa de 25% que é o mínimo, mas a gente não sabe o máximo. Já houve casos em que ficaram até com 70%, mas agora é comum elas descontarem entre 40% e 50%, o que já é muito porque é o motorista que arca com todos os custos do carro, pneu, gasolina, o tempo no transito”, argumenta Euclides Magno.

Para Diego Assunção, que é motorista de aplicativo há seis anos, a adoção de taxas variáveis é injusta e tem prejudicado a vida dos trabalhadores. “Quando nós começamos no aplicativo, ele dava uma margem muito boa de ganhos para nós por conta das taxas, que eram de 25%. O mercado foi mudando e as regras dentro do aplicativo também. Com essa taxa variável, os nossos ganhos caíram bastante. Agora temos que ficar muito mais tempo na rodagem. Antes a gente fazia uma renda razoável em oito horas, hoje para bater a mesma meta tem que ficar de 10 a 12 horas rodando”, diz.

Em razão disso, os trabalhadores defendem que sejam implementadas novas regras de remuneração, considerando o valor de R$ 2 por quilômetro e de R$ 10 por corrida realizada. De acordo com o sindicato, as mudanças não afetariam os valores cobrados atualmente dos passageiros.

image Euclides Magno, presidente do Sindtapp, diz que categoria anseia por regulamentação (Thiago Gomes / O Liberal)

Além disso, Euclides Magno destaca que a mobilização serviu para conhecer melhor os anseios da categoria, que também luta pela regulamentação da profissão. “Nós queremos catalogar as maiores necessidades dos motoristas para que a gente possa levar para o Poder Público, que é quem fiscaliza a mobilidade na capital. Também estamos vivendo um momento importantíssimo para a categoria, que é a regulamentação federal, inclusive há um grupo de trabalho já criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O sindicato do Pará vai estar presente na mesa de negociação e, por isso, queremos ouvir os motoristas e levar seus anseios para o ministro Luiz Marinho”, acrescentou o presidente do Sindtapp.

Em nota ao Grupo Liberal, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (AMOBITEC), que tem como associadas a Uber, 99 e outras empresas do segmento, disse que “respeita o direito de manifestação e informa que as empresas associadas mantêm abertos seus canais de comunicação com os motoristas parceiros, reafirmando a disposição para o diálogo contínuo, de forma a aprimorar a experiência de todos nas plataformas”.

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