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Mesmo com redução da Petrobras, preços de combustíveis continuam inalterados nas bombas

Diminuição de 4% e 5% nas refinarias demora para chegar aos postos de Belém

Elisa Vaz

Consumidores paraenses podem sentir um alívio nos preços dos combustíveis repassados pelos postos no Estado. Isso porque desde ontem vigora a redução de 5% anunciada pela Petrobras na gasolina em todo o Brasil, além da queda de 4% no preço do óleo diesel.

Segundo o assessor jurídico do Sindicato de Combustíveis do Pará (Sindicombustíveis-PA), Pietro Gasparetto, essa redução nos preços da refinaria é um reflexo da política de preços da Petrobras, que acompanha o valor do petróleo no mercado internacional. Entretanto, ele lembra que não existe correlação obrigatória entre os preços da refinaria e os dos nos postos. "O combustível da refinaria é vendido para as distribuidoras, que adicionam os biocombustíveis e depois vendem aos postos, que atuam no último elo da cadeia, comprando combustível das distribuidoras. Portanto, dependem do preço praticado por elas para formar seu valor de venda aos consumidores", explica.

Ainda segundo Gasparetto, "os preços sobem como foguetes e caem de paraquedas", ou seja, quando há anúncio de elevação de preços pela Petrobras, imediatamente as distribuidoras elevam os seus também. Porém, quando há anúncio de redução, elas demoram para ser repassadas aos postos. Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que a gasolina foi comercializada, na última semana, em Belém, a uma média de R$ 4,45, podendo variar entre R$ 4,28 e R$ 4,69. Já o diesel custava R$ 3,94, variando de R$ 3,59 a R$ 4,29.

Em um dos estabelecimentos da capital, o preço da gasolina comum era R$ 5,19, enquanto a aditivada custava R$ 5,29. Em outro posto, as duas eram vendidas por R$ 4,49, e o diesel podia ser encontrado por R$ 4,29. Segundo o frentista Reginaldo Alves, geralmente, não são repassadas as reduções aos consumidores no local. "Não deve entrar em vigor aqui. Ultimamente, já houve algumas quedas na refinaria que não repassamos. Nem sempre acontece, depende muito do mercado. Mesmo assim, as pessoas não param de comprar, então o movimento é o mesmo de sempre", diz.

O consumidor Robson Drago, de 55 anos, é encanador e conta que tem economizado no combustível após a pandemia. "Me acostumei a ficar em casa durante a quarentena e poupei muito esse dinheiro que ia para a gasolina. Depois que as coisas reabriram, voltei a gastar com isso, mas tenho tentado gastar menos", conta. Quanto aos preços, ele acredita que estão estáveis em Belém "há um bom tempo". Mesmo assim, sente no bolso os gastos com o produto.

Já outro consumidor que estava no local preferiu não ser identificado. Ele discorda - acredita que os preços têm variado bastante após a pandemia e diz que não estão bons para o consumidor. Além disso, ele não acha que a redução vai ser repassada a quem compra combustíveis.

Outro fator que faz com que o produto seja caro, segundo Pietro Gasparetto, do Sindicombustíveis, é que o mercado de distribuição de no Brasil é muito concentrado, com três grandes distribuidoras dominando cerca de 70% do mercado em regime de oligopólio. De acordo com ele, há relatos de empresas que não receberam da distribuidora qualquer redução de preço após os últimos anúncios da Petrobras, por isso não há como prever quando nem de quanto será a redução do preço aos consumidores finais.

A Petrobras informou que, no acumulado do ano, a redução do preço do diesel é de 27,3%, enquanto da gasolina chega a 13,7%.

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Economia
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