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Manutenção da Selic em 13,75% pode impactar mercado imobiliário paraense

Os custos de financiamentos para a compra de imóveis são influenciados pelo percentual em que a taxa básica de juros é fixada, explica economista

Elisa Vaz
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Parte do setor imobiliário paraense teme um cenário de dificuldades quando se fala em vendas de imóveis, por conta do alto patamar em que se encontra a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 13,75% ao ano (a.a.). Outros representantes, no entanto, veem no momento uma boa oportunidade.

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Na avaliação do economista Sérgio Melo, a Selic pode afetar de maneira diferenciada os segmentos do mercado imobiliário. “Apesar de não ser o único fator, o custo do crédito pode dificultar as vendas de imóveis, especialmente em momentos de juros altos, já que isso reduz a capacidade de endividamento das famílias e aumenta os custos de financiamento”, explica.

Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), os financiamentos habitacionais de médio e alto padrão são os mais impactados pelo custo desse percentual. Melo acredita, portanto, que o momento seja “adverso” para financiar imóveis desse tipo. Isso porque, nos financiamentos habitacionais de médio e alto padrão, diz ele, os juros costumam ser mais elevados, o que torna a taxa Selic um fator mais importante na determinação do custo do financiamento.

Expectativas

Por outro lado, a Selic não afeta exclusivamente a taxa de financiamentos imobiliários, mas sim a taxa média dos juros de todas as operações financeiras e financiamentos, lembra o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Pará (Ademi-PA), Albino Vieira, que considera o momento bom para esse tipo de comprometimento financeiro.

“No caso do mercado imobiliário, muitas instituições financeiras subsidiam taxas e, principalmente, prazos, para deixar o financiamento um produto ainda bem atrativo. Não considero que seja um momento ruim, muito pelo contrário, eis que a valorização dos imóveis e o ganho dos investidores decorrentes exatamente desta valorização ainda torna o investimento em imóveis o melhor e mais atraente, tanto no aspecto ganho como no aspecto segurança”, enfatiza.

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Diretor da empresa Doutor Imóveis Belém, Daniel Barcessat afirma que, embora as taxas de financiamento imobiliárias estejam altas, na casa dos 7,5% a 9,5% ao ano, ainda são mais baixas que a Selic, atualmente em 13,75%.

Os juros elevados atrapalham o mercado imobiliário, segundo ele, porque geram uma concorrência em relação a fundos, com aplicações financeiras que concorrem com o mercado imobiliário, como o caso de investidores que compram imóveis para ter rentabilidade de aluguel. Além disso, ele considera “sacrificante” ter que pagar esse percentual de juros no ano. Mas, para quem quer comprar imóveis para morar, o segmento segue vantajoso, na opinião do empresário.

“O financiamento imobiliário ainda é vantajoso em relação à Selic. O que está acontecendo é apenas que os bancos estão com um pouco mais de critério e estão restringindo um pouco o crédito, estão sendo um pouco mais rigorosos na hora da aprovação do cadastro, por conta justamente da crise e da recessão. Mas, como as taxas de financiamento ainda estão, embora altas, mais baixas do que a taxa Selic, você ainda tem um spread de cerca de 4% ou 4,5%, dependendo do seu relacionamento no banco, de sobra em relação à aplicação e em relação ao financiamento imobiliário”, opina Daniel.

Impactos

Para além do segmento imobiliário, a Abrainc defende a redução da taxa Selic também sob o argumento de que os juros altos são entraves ao desenvolvimento econômico do Brasil e podem prejudicar a geração futura de empregos.

O economista Sérgio Melo afirma que, quando a Selic está alta, os juros cobrados pelos bancos aumentam, o que reduz o consumo das famílias e o investimento das empresas, diminuindo a demanda agregada, ou seja, a atividade econômica. Isso, de acordo com ele, pode levar a um cenário de recessão ou a um ritmo menor de crescimento, com aumento do desemprego e agravamento da desigualdade social.

“A redução da taxa Selic é necessária para o surgimento de novos negócios e investimentos produtivos em áreas estratégicas para o crescimento econômico do país. Uma Selic alta faz com que os empreendedores vejam mais vantagens em investir no mercado financeiro do que no setor produtivo. Assim, a diminuição do investimento produtivo e do consumo das famílias é prejudicial à economia do país. No entanto, é importante ressaltar que a redução da taxa Selic não é a única medida necessária para promover o crescimento econômico e a geração de empregos”, enfatiza.

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