'Lixão' de roupas usadas no meio do deserto do Atacama pode ser visto do espaço

Empresas de roupas ultrabaratas seriam as responsáveis pelo descarte ilegal e assustador

O Liberal
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Pilhas de roupas usadas e descartadas no meio do Deserto do Atacama crescem de modo expressivo a ponto do "lixão" poder ser visto do espaço. A informação foi divulgada pela empresa de monitoramento via satélite SkyFi. De acordo com a revista de moda Dazed, o campo em Alto Hospicio, no Chile, tem 60 mil toneladas de peças e parece um bairro à parte da cidade vizinha, Iquique, que tem população de 191.468 habitantes. 

Ao que tudo indica, empresas de marcas de fast fashion, com suas roupas ultrabaratas e de alta rotatividade no mercado, seriam as responsáveis pelo aumento descontrolado do depósito irregular no meio das areias do deserto mais alto do mundo.

image Deserto tem 60 mil toneladas de peças descartadas (Reprodução / WMTS de Esri)

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A Organização das Nações Unidas (ONU) classificou o local como "uma emergência ambiental e social" para o planeta. A SkyFi salientou que as imagens mostram a realidade dos alertas que já circulam online sobre os perigos do consumo desenfreado motivado por tendências voláteis.

"O tamanho da pilha [de roupas] e a poluição que está causando são visíveis do espaço, o que torna claro que existe a necessidade de mudança na indústria da moda. Nossa missão de tornar os dados de observação da Terra fáceis e transparentes é vital para identificar e gerenciar problemas como este".

Conforme a empresa Dazed, 59 mil toneladas de roupas chegam da Europa, Ásia e América do Norte ao norte do Chile todos os anos. Uma boa parte é comprada por quem negocia moda de segunda mão. O lixão também atrai migrantes e mulheres das comunidades pobres locais que buscam peças para vender ou vestir, informou a AFP.

Mas nem mesmo este fluxo impede que o local cresça em detritos. As roupas também não podem ser enviadas para lixões municipais porque não são biodegradáveis e frequentemente contém produtos químicos tóxicos, conforme esclareceu Franklin Zepeda, fundador da Ecofibra, empresa que trabalha com reuso de produtos têxteis na fabricação de painéis de isolamento..

Assim, elas acabam jogadas no meio do deserto. As Nações Unidas estimaram em 2018 que a indústria de fast fashion seja responsável por entre 2% e 8% de todas as emissões de carbono do mundo.

Quase 85% de todos os materiais têxteis produzidos vão parar em lixões todos os anos, noticiou ainda o site Insider. Seus compostos terminam poluindo não só o ar, como a água de canais locais.

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A região próxima a Iquique, no Chile, se tornou um imã para este tipo de prática por ser uma zona livre de impostos e por materiais têxteis não serem considerados lixo segundo a legislação local.

A Dazed também salienta que apenas 15% das roupas que são despejadas no Atacama através do porto de Iquique são usadas, 85% nunca foram vestidas por ninguém e são apenas descartadas pelas empresas.

A região já sofre com incêndios que contaminaram com gases tóxicos das fibras sintéticas os bairros da cidade vizinha, forçando moradores a se manterem fechados dentro das casas por medo de contaminação. Embora com menos detalhes, os entornos do lixão já podem ser acompanhados também através do Google Earth.

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