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Gastos inesperados são principal causa de endividamento no Norte, aponta pesquisa

8% dos inadimplentes da região afirmam não ter conseguido pagar contas básicas, como água, luz ou gás

Thaline Silva*
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Os gastos inesperados de emergência surgem como o principal motivo de endividamento entre os consumidores da região Norte, de acordo com pesquisa divulgada pela Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box. O levantamento mostra que 20% dos entrevistados nortistas apontaram imprevistos financeiros como causa do endividamento. Em seguida, aparecem o empréstimo do nome para terceiros (17%) e o desemprego (15%).

Ainda segundo o estudo, 8% dos inadimplentes da região afirmam não ter conseguido pagar contas básicas, como água, luz ou gás. Essa dificuldade reflete o impacto do aumento dos custos essenciais sobre o orçamento doméstico. Para 68% dos endividados, essas despesas podem chegar a R$ 750 mensais, e 63% disseram ter reduzido o consumo para tentar equilibrar as finanças.

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A especialista em educação financeira da Serasa, Patrícia Camillo, explica que o endividamento no país é resultado de uma combinação de fatores sociais e econômicos, como o desemprego e a falta de planejamento financeiro.

“A queda no desemprego traz esperança e novas oportunidades, mas o desafio agora é transformar essa renda em estabilidade. Após um período de perda de poder de compra, é fundamental reorganizar o orçamento e evitar o acúmulo de dívidas”, afirma.

Cartão de crédito: aliado ou vilão

O levantamento aponta ainda o papel central do cartão de crédito na vida financeira dos brasileiros. Embora seja utilizado como ferramenta para parcelar compras e facilitar o acesso a bens de consumo, o uso descontrolado do cartão tem se tornado uma das principais fontes de endividamento.

Na região Norte, metade dos entrevistados (50%) declarou que as compras em supermercados representam sua principal dívida no cartão. Outros 40% afirmaram usar o crédito principalmente para adquirir roupas, calçados e eletrodomésticos, produtos que, quando parcelados em excesso, comprometem boa parte da renda mensal.

Dívidas antigas e reincidência

A pesquisa mostra que 46% das dívidas no país já ultrapassam um ano de atraso. Os setores com débitos mais antigos são securitizadoras, empresas de telecomunicações e o varejo, cujas pendências frequentemente superam dois anos.

O problema do endividamento reincidente também preocupa: 53% dos brasileiros inadimplentes já enfrentaram dívidas em algum outro momento da vida. Apesar da leve melhora em relação a 2024 — uma redução de dois pontos percentuais —, o número total de inadimplentes atingiu um recorde histórico: 79,1 milhões de pessoas estão com dívidas em atraso no país, somando mais de 313 milhões de débitos, o maior volume desde 2020.

“O cenário ainda é desafiador, mas também é uma oportunidade de recomeço. Entender as causas do endividamento e buscar alternativas de negociação são passos essenciais para recuperar o equilíbrio financeiro”, destaca Camillo.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

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Economia
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