Açaí médio aumenta 37% e o grosso, 32%, nos últimos doze meses em Belém

Altas superam a inflação do período, aponta Dieese Pará

Valéria Nascimento

26.12.25 18h35

Dieese aponta a entressafra do fruto e o aumento dos custos de produção e de logística, como fatores para a elevação dos preços (Ivan Duarte / O Liberal / Arquivo)

Em Belém, o preço do litro do açaí ficou mais caro entre 37,64% e 32,96%, a depender do tipo do produto e do local de comercialização, nas feiras livres, pontos de venda e supermercados da capital, nos últimos dozes meses.

Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese Pará), instituição de pesquisa e assessoria do movimento sindical, divulgados nesta sexta-feira (26).

Em novembro de 2024, o litro do açaí médio saia por R$ 20,43. Já no mês seguinte, em dezembro/2024, o valor médio subiu para R$ 22,98. Este ano, em janeiro, o produto era vendido, preço médio, a R$ 26,02; em setembro pulou para R$ 27,53; em outubro foi a R$ 28,02; e, no mês passado, após novo reajuste, foi comercializado a R$ 28,12.

VEJA MAIS

Regulamentação da profissão de Esteticista será discutida em Fórum
Evento começa nesta quinta, na Universidade da Amazônia, e reúne acadêmicos e profissionais

De acordo com as análises do Dieese, no mês de novembro de 2025, o preço do litro do açaí do tipo médio aumentou 0,36% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, ou seja, de janeiro a novembro de 2025, a alta chegou a 22,37%, enquanto, na comparação dos últimos 12 meses (novembro/2025 frente a novembro/2024), o aumento alcançou 37,64%.

Açaí do grosso

O Dieese trouxe, também, o acompanhamento semanal dos preços comercializados na capital, quanto ao chamado açaí do tipo grosso. Nos últimos meses, o litro desse produto também apresentou uma trajetória de elevação de preços. Em novembro de 2024, estava, em média, a R$ 30,31. Mas, no final do ano, em dezembro/2024, o preço médio passou para R$ 33,41.

Já no início de 2025 (janeiro), o valor atingiu R$ 35,67. Em setembro de 2025, o litro do grosso estava, em média, R$ 38,72; em outubro de 2025, a R$ 40,03; e, em novembro passado, com novo reajuste, alcançou o valor médio de R$ 40,30 por litro.

As análises comparativas realizadas pelo Departamento Intersindical indicam que, somente em novembro deste ano, o preço do litro do açaí do tipo grosso registrou alta de 0,67% em relação ao mês imediatamente anterior. No acumulado do ano, isto é, de janeiro a novembro de 2025, o produto apresentou reajuste de 20,62%, enquanto, na comparação dos últimos 12 meses (novembro/2025 frente a novembro/2024), a elevação acumulada chegou a 32,96%.

Pesquisa aponta perda do poder aquisitivo do consumidor

Conforme o Dieese, “o preço do litro do açaí, do tipo médio ou do tipo grosso, apresenta elevação significativa ao longo de 2025, acumulando reajustes que superam em mais do que o dobro da inflação do período".

"De janeiro a novembro de 2025, a inflação gira em torno de 3,80%, percentual amplamente superado pelos aumentos observados no preço do açaí. Na comparação dos últimos 12 meses, em que a inflação é estimada em 4,50%, a diferença é ainda mais expressiva, evidenciando perda de poder de compra para os consumidores paraenses”, aponta a entidade sindical.

As pesquisas também apontam que “os preços do litro do açaí variam de forma significativa conforme o tipo do produto (médio ou grosso) e o local de comercialização, o que resulta em elevada dispersão de valores entre feiras livres, supermercados e pontos de venda distribuídos pela capital”.

“Na última semana de novembro de 2025, por exemplo, o litro do açaí do tipo médio foi encontrado com preços variando entre R$ 20,00 e R$ 30,00 nas feiras livres. Nos supermercados, os valores oscilaram entre R$ 26,00 e R$ 27,99 por litro. Já o açaí do tipo grosso nas feiras livres, variaram entre R$ 30,00 e R$ 45,00, por litro, e nos supermercados os valores oscilaram entre R$ 38,99 e R$ 46,00, por litro”, informa o levantamento.

Cenário é de alta para início de 2026

Conforme, ainda, o estudo, “o cenário de preços do açaí até o final de 2025 e no início de 2026 tende a permanecer pressionado, seguindo com valores elevados e possibilidade de novos reajustes pontuais. Entre os principais fatores de alta destacam-se a entressafra do fruto, que reduz a oferta de matéria-prima, o aumento dos custos de produção e de logística, com destaques para transporte, energia e armazenamento, além da demanda firme no mercado interno e externo, que intensifica a concorrência pelo produto”.

“Da coleta à comercialização final, bem como impactos climáticos e operacionais que afetam a produtividade. Esse conjunto de fatores limita quedas mais significativas de preços no curto prazo e reforça a tendência do produto seguir com valores acima da inflação, pressionando o orçamento do paraense no início do novo ano.