Tarifas dos EUA reduz em quase 20% exportação de madeira do Pará e setor mira Europa e Ásia
Com os EUA representando 40% do destino da produção, indústria aposta na diversificação de mercados
As exportações de madeira do Pará sofreram forte retração em 2025 devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos, principal destino do produto. Segundo a Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), as vendas para o mercado norte-americano caíram 18,5% em agosto. No acumulado de janeiro a julho, a redução foi de 11,57% em comparação ao mesmo período do ano passado.
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EUA ainda são destino principal, mas Europa e Ásia ganham espaço
O presidente da Aimex, Deryck Martins, explicou que, apesar das barreiras tarifárias, as exportações para os EUA não serão interrompidas. “A madeira vai continuar indo para os Estados Unidos, mas também deverá ampliar a fatia destinada à Europa e à Ásia. Tivemos reuniões com embaixadas, como a da Índia, e vamos participar de um congresso em Macau este mês”, revelou.
Ele reforça que os EUA concentram cerca de 40% das exportações de produtos florestais paraenses, o que torna a diversificação ainda mais urgente.
Estratégias para reduzir impactos
A indústria madeireira vem adotando medidas para reduzir as perdas, como o fortalecimento da presença em novos mercados, a diversificação dos produtos e o investimento em estratégias de marketing internacional. “O mercado dos EUA é fundamental, mas estamos fortalecendo a produção para outros mercados, como a Europa e a Ásia. Essa diversificação é uma estratégia para minimizar as perdas”, disse Martins.
Recuperação segue incerta em 2025
Apesar das ações, a expectativa é de que o cenário de retração se prolongue. “A expectativa é de continuidade da retração, com um impacto atual de 11% que poderá ainda ser mais elevado até o final do ano. Portanto, a recuperação não parece ser de curto prazo”, avaliou o presidente da Aimex.
Competitividade pressionada pela concorrência
O setor também enfrenta a concorrência internacional de países com custos menores. “Embora a madeira do Pará tenha qualidades únicas, a pressão dos preços e a concorrência de outros países exportadores tornam a situação mais complicada”, concluiu Martins.
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