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Entrada dos EUA na guerra Israel x Irã eleva incertezas econômicas no Pará e no Brasil; veja análise

Economistas apontam impactos da guerra na inflação, exportações e custos logísticos no Norte e no país.

Jéssica Nascimento
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O anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a entrada do país no conflito entre Israel e Irã acende um alerta para a economia global, com reflexos importantes para o Brasil e o Pará. Segundo economistas ouvidos pelo Grupo Liberal, a escalada no Oriente Médio, região estratégica para o mercado mundial de petróleo, pressiona preços e gera incertezas que impactam diretamente o custo de vida e a competitividade econômica.

Alta dos preços do petróleo e consequências para o Brasil

Segundo os economistas André Cutrim, doutor em Desenvolvimento Econômico, e Nélio Bordalo Filho, conselheiro do CORECON PA/AP, o primeiro efeito imediato esperado é o aumento do preço do petróleo, que já se especula poder ultrapassar a casa dos US$ 100 o barril, podendo chegar a US$ 120 caso o Estreito de Ormuz, rota crucial para o transporte da commodity, seja fechado pelo Irã.

“Esse aumento pressiona diretamente os preços dos combustíveis, como gasolina e diesel, o que eleva custos de transporte, produção industrial e alimentos, refletindo-se numa inflação crescente”, explica Cutrim. Bordalo destaca que “cada US$ 10 de alta no petróleo pode cortar 0,5% do PIB global, elevando a inflação e desestimulando o consumo”.

Para o Brasil, o impacto imediato pode levar o Banco Central a adotar uma postura mais cautelosa em relação à taxa de juros, buscando conter a inflação. A volatilidade cambial deve continuar, com o dólar se valorizando diante do real, dificultando importações e encarecendo a dívida externa.

Impactos específicos para o Pará

Embora distante do epicentro do conflito, o Pará não está imune aos efeitos indiretos.

“O aumento no preço do diesel eleva os custos do transporte rodoviário e fluvial, essenciais para o escoamento da produção agrícola, mineral e industrial do estado”, explica Cutrim.

Segundo o economista, essa alta repercute nos setores de agronegócio, mineração, e logística portuária, reduzindo as margens de lucro.

Além disso, Bordalo alerta para o impacto no bolso da população:

“O aumento dos custos de frete faz subir o preço de produtos vindos de outras regiões do país, elevando o custo de vida no Pará, especialmente em alimentos e bens industrializados”.

A valorização do dólar, por outro lado, pode beneficiar as exportações locais de commodities como minério de ferro e soja, mas esse efeito positivo deve ser limitado pela instabilidade e elevação dos custos internos.

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Riscos para a economia nacional a médio prazo

No médio prazo, se o conflito se prolongar, a confiança de investidores e empresas pode diminuir, reduzindo o ritmo de investimentos e crescimento econômico do país. “A combinação de custos elevados, incertezas políticas e monetárias tende a limitar o desempenho econômico e aumentar a instabilidade financeira”, alerta Cutrim.

Bordalo reforça que o Brasil poderá enfrentar ajustes fiscais e monetários, incluindo aumento da dívida pública e possíveis elevações da taxa básica de juros para controlar a inflação.

Cenário agravado pelo possível fechamento do Estreito de Ormuz

O Parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, principal rota para 30% do transporte mundial de petróleo, o que, segundo Bordalo, poderia levar o preço do barril a ultrapassar os US$ 120, pressionando fortemente a inflação no Brasil e no Pará.

“No Pará, os preços de combustíveis — gasolina, diesel e gás de cozinha — sofrerão aumento significativo, elevando o custo do transporte e da logística dos setores produtivos, com reflexo direto no preço final dos produtos consumidos pela população”, afirma o economista.

 

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