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Empreendedores solo apostam em criatividade e disciplina para turbinar vendas 

Microempreendedores sem empregados são maioria no Brasil e precisam de muita organização para dar conta de tudo

Eduardo Laviano

Aproximadamente nove a cada dez pessoas que são donas de negócios no país não possuem funcionários. Ou seja, são empreendedores que trabalham de forma autônoma e desenvolvem todas as funções dentro da própria empresa. Os dados são do Atlas dos Pequenos Negócios, organizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

Lílian Rodrigues faz parte desse grupo de pessoas. Ela é microempreendedora e vende canecas, camisas e azulejos personalizados desde abril de 2021. A ideia veio da percepção dela de que esta seria a melhor forma de obter renda. Ela saiu de casa aos 18 anos e teve experiências negativas em alguns empregos, nos quais os longos horários do expediente atrapalhavam os estudos.

"Eu tinha que escolher entre estudar e trabalhar. Só que eu não quis fazer essa escolha. Eu achei melhor começar meu próprio negócio para fazer meu horário. Eu consigo trabalhar no ônibus. Faço anúncios, converso com clientes. Não preciso estar em um lugar das sete da manhã até seis da tarde", afirma.

image Lilian decidiu empreender para garantir renda e ter mais tempo para estudar (Claudio Pinheiro/O Liberal)

Desde criança, Lilian gostava de vender pulseiras e colares e usava o dinheiro para comprar lanches, algo que ela reconheceu como uma veia empreendedora que despertou cedo. Ela ganhou as máquinas que usa no trabalho do avô, que morreu em 2018.

"Ele já sabia que eu gostava de ganhar meu dinheirinho", diz. Ela vende de 20 a 30 produtos por mês e em datas comemorativas o número chega a triplicar. O faturamento da empreendedora de 19 anos varia entre mil e dois mil reais mensais. 

Redes sociais impulsionam negócios 

O artista Matheus Souza também despertou cedo para as artes, ainda na infância. Hoje, ele faz sucesso nas redes sociais com ilustrações que misturam a cultura pop com a capital paraense, pintando Pókemons com pontos turísticos da cidade, por exemplo, além da produção de quadros sob encomenda. Ele é graduado em oceanografia, mas hoje vive exclusivamente do empreendimento que idealizou durante a pandemia de covid-19.

image Empreendimento de Matheus é a única fonte de renda - e ele faz tudo sozinho (Cristino Martins/O Liberal)

"Eu cuido das redes sociais, aceito as encomendas. Tenho que conversar com clientes, faço marketing, produzo as minhas próprias embalagens. De certa forma é bem puxado, pois são muitas coisas para fazer, mas já estou com prática e consigo me organizar. Organizar o tempo é o principal. porque aí podes ir testando, ver como fica melhor. Cada pessoa acha uma maneira melhor e mais eficiente de lidar", conta.

As ilustrações emolduradas de Matheus custam entre R$60 e R$150. Ele tem 25 anos e conta que até pensa em ter colaboradores, mas só em um futuro distante, quando ele realizar a vontade de abrir uma loja física. "Também tenho desejo de aumentar as vendas online. Mas aí teria que ter pessoas para embalar e entregar", afirma. 

Lilian concorda que a missão de fazer tudo sozinha é dura, mas ela se sente feliz em construir algo próprio. "Eu tenho que captar os clientes, criar as artes e confeccionar os produtos. Fico um pouco sobrecarregada, é difícil. Mas a dica que dou é a organização. Todo dia da semana precisa estar planejado e você precisa cumprir suas metas. É muita coisa. Tem que pagar imposto. Uso um aplicativo para agendar minhas vendas. Não daria conta se eu não tivesse disciplina. E tem que estudar negócios, estar bem situado sobre o mercado", recomenda. 

Segundo Denis Nunes, analista de gestão estratégica do IBGE, a modalidade de Microempreendedor individual (MEI) impulsionou esse cenário. "Em dezembro de 2021, que é o mês utilizado para fechamento de informações do Atlas, aproximadamente 29,8 milhões de pessoas estavam liderando o seu próprio empreendimento no Brasil e, desse total, 25,9 milhões estavam atuando de modo autônomo", afirma Nunes.

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Economia
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