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Vaca louca no Pará: açougues de Belém não sentem redução de procura por carne bovina

Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a situação não é motivo de preocupação à população

Fabyo Cruz
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Dois dias após a confirmação de um caso de mal da vaca louca no Pará, fazendo com que o Brasil suspendesse temporariamente as exportações de carne bovina para a China, açougues na capital paraense ainda não sentiram qualquer impacto nas vendas de carne bovina. Durante um giro feito pela reportagem nesta sexta-feira (24), alguns consumidores disseram, inclusive, desconhecer o assunto. Segundo o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a situação não é motivo de preocupação à população. O caso foi registro foi registrado em uma pequena propriedade no município de Marabá, no sudeste do Pará

Uma das pessoas que ainda não sabiam do registro da doença foi Brenda Santana, de 27 anos. Ela esteve em um estabelecimento no bairro da Pedreira para comprar carne e disse que o alimento não pode faltar na mesa da família. “Eu adoro comer carne, é algo que eu não dispenso comprar”, contou. Ao saber que não há risco de consumir o produto, Brenda se disse “mais tranquila”. A consumidora também acredita que com a suspensão temporária das exportações de carne bovina o preço do alimento pode diminuir. 

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O caso desconhecido por algumas pessoas gerou preocupação em Gerson Pinto, de 42 anos, gerente em outro açougue na Pedreira. Ele disse ter ficado preocupado quando soube da notícia sobre o caso de mal da vaca louca, mas relatou que o estabelecimento não teve as vendas afetadas. “Até agora a procura está tranquila, não teve nenhuma alteração e a gente está com promoções muito boas. Eu estava agoniado vendo o jornal para ver isso aí, porque algumas pessoas podem ficar assustadas, mas ainda bem que já foi informado que o consumo  de carne não será afetado”, comentou.

Caso em Marabá 

Na última quarta-feira (22), a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) confirmou o caso de mal da vaca louca no interior do estado, em uma propriedade com 160 cabeças de gado. Segundo a agência, a propriedade já foi isolada, inspecionada e interditada preventivamente. Amostras foram enviadas a um laboratório no Canadá para verificar se a ocorrência se trata de um caso clássico, em que há transmissão de um animal para outro, ou atípico, em que a doença se desenvolve de forma espontânea na natureza, geralmente em animais idosos.

Em comunicado, a Adepará destacou que trabalha com a hipótese de caso atípico, sem risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano. O órgão informou estar em contato permanente com o Ministério da Agricultura e Pecuária e que trata do tema com transparência e responsabilidade.

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Na segunda-feira (20), o Ministério da Agricultura informou que estava investigando um caso suspeito de vaca louca no Brasil. Na ocasião, a pasta não informou o local. A morte em pasto aumenta as chances de que o suposto caso de vaca louca tenha se originado de forma “atípica”, espontaneamente na natureza, em vez de ser transmitido pela ingestão de ração animal contaminada. Isso, em tese, reduz as chances de imposições de barreiras comerciais.

Sem casos transmissíveis

Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil ocorreram em 2021, em Minas Gerais e no Mato Grosso. Na ocasião, os casos também foram atípicos, mas a China, maior comprador de carne do Brasil, suspendeu a compra de carne bovina brasileira por três meses, de setembro a dezembro daquele ano.

Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca, provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, o mal da vaca louca é uma doença degenerativa também chamada de encefalite espongiforme bovina. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja.

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Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons provoca, nos seres humanos, a encefalopatia espongiforme transmissível. No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos na Grã-Bretanha, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. Na ocasião, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada

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