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Demanda por produtos personalizados para eventos da COP 30 surpreende empresários paraenses

Círio de Nazaré também soma no cálculo final e garante faturamento até o próximo ano

Maycon Marte
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A preparação para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorre oficialmente de 10 a 21 de novembro, em Belém, movimentou diversas atividades econômicas, entre elas, o segmento de eventos, que demandou o serviço de personalização de brindes e outros itens. Essa necessidade provocou um aumento de em média 60% de negócios direta ou indiretamente relacionados ao encontro global, mais que o dobro do normal para o segundo semestre, segundo a empresária do ramo, Bárbara Flores. “Eu nunca vivi um momento assim e eu já atuo há dez anos nesse mercado”, avalia.

Ela conta que a segunda metade do ano já representa normalmente um momento melhor nas vendas para o setor, em especial na capital paraense, devido às celebrações do Círio de Nazaré. Apesar disso, a crescente nos pedidos começou ainda entre os meses de junho e julho deste ano. Mas, dessa vez, às demandas de ambos os eventos se somaram, criando esse cenário de oportunidades nunca visto anteriormente.

“O Círio e a COP 30 acabaram se juntando, porque a distância, a diferença de data de uma grande festa como é o Círio e um grande evento como é a COP, foi muito próxima. Então as demandas acabaram acontecendo ao mesmo tempo”, explica Flores.

A principal necessidade dos contratantes é para itens para a organização ou para presentear participantes, entre eles: crachás, bonés, camisas, pequenos brindes, canetas, cordão para crachá, entre outros. A empresária destaca que as camisas estampadas e as canetas são os dois mais pedidos dessa lista.

Para exemplificar a dinâmica desse período, Bárbara lembra de uma produção média de 1.500 a 2.000 camisas personalizadas especificamente na semana do Círio de Nazaré. No caso da COP 30 há “uma média de fechamento de basicamente 1.000 camisas, fora 500 brindes de ecobags, 500 garrafas, 500 cadernos, 500 bonés e uniformes”.

Seja na festividade mariana ou nos eventos paralelos ao encontro climático, a pauta da sustentabilidade tomou conta das encomendas e não apenas no viés estético. Bárbara explica que logo no primeiro contato com os clientes ou com as agências intermediadoras, o pedido era de que a matéria-prima e a mão de obras fossem majoritariamente locais. Essa preocupação dialoga com o discurso da COP 30, que pretende pautar práticas mais sustentáveis e justas, em relação ao clima e ao meio.

“A linha ecológica de brinde, como o caderno de bambu, copo de bambu ou de fibra de coco, enfim, depende muito do fornecedor, tem também a bolsa de juta, algodão 100% cru, que são ditos materiais sustentáveis. Então, eles [clientes] procuram muito essa linha de produtos. E o plástico tem ficado um pouco de lado”, avalia a empresária.

A opção das linhas mais sustentáveis desses produtos é diretamente influenciada pelo posicionamento das empresas, principalmente considerando que nesse formato, os itens custam de 8% a 10% a mais, em comparação com os produtos convencionais. Essa busca é igual entre clientes de diferentes portes, tanto pequenas, quanto médias e grandes empresas. Os principais exemplos dos interessados incluem bancos, organizações não governamentais, produtoras culturais, entre outros. A produção da empresa tem atendido a uma demanda de empresas locais, nacionais e também de outros países.

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Reflexos

Outro efeito da nova demanda gerada pelos eventos paralelos, a COP 30 e as demais celebrações foi a geração de empregos. Também do ramo de personalizados, a empresária Adriana Leal explica que percebeu a movimentação atípica desde o início do ano, logo após o anúncio de Belém como sede da conferência climática. E, um dos reflexos desse momento foi a ampliação da equipe, para conseguir dar conta de atender ao aumento no volume de negócios.

Esse mesmo movimento se repete no caso da empresária Bárbara Flores, que, além mais trabalhadores, também precisou ir em busca de novos fornecedores e equipamentos. Isso partiu de um estudo de público e uma reformulação de marca, movimentos também influenciados pelo novo momento.

O impacto financeiro também deixa seu saldo nas empresas paraenses que já se preparavam para arrecadar mais no segundo semestre. Apenas com os negócios relacionados ao Círio e a COP 30, Bárbara já estima conseguir segurar as contas de todo o primeiro trimestre do próximo ano. Mas ainda calcula as negociações em torno das festas de fim de ano, com propostas que já começaram a chegar dos clientes que estão se antecipando para encomendar brindes e itens temáticos.

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