Crise nas Lojas Americanas não deve afetar venda de chocolates

Projeções indicam aumento de 10% nas vendas durante a Páscoa

Fabrício Queiroz
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A comercialização de chocolates e ovos de Páscoa deve se manter em alta em 2023, apesar do processo de recuperação judicial das Lojas Americanas, que sempre teve posição de destaque nesse segmento. De acordo com comunicado da rede divulgado para a imprensa em fevereiro, a expectativa é que mais de 13 milhões de itens sejam vendidos nas mais de 1.800 lojas espalhadas pelo país. No cenário local, as projeções também são positivas tanto para o setor supermercadista quanto para o comércio em geral.

A Associação Paraense de Supermercados (Aspas), por exemplo, espera um incremento das atividades motivada pela data festiva. Para Jorge Portugal, presidente da Aspas, as dificuldades enfrentadas pela rede varejista podem provocar uma maior demanda pelos produtos da época nos supermercados.

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“Com certeza vai aumentar a demanda. Quando uma empresa diminui a oferta, vai aumentar na outra”, analisa o empresário, que destaca que o cenário é otimista em virtude da percepção de que a economia vive um momento de retomada. “Estamos levando em consideração a tendência de que esse ano as vendas serão bem superiores ao ano passado, tanto que nós acreditamos que a venda de ovos de Páscoa cresça 10% em relação ao ano passado”, pontua.

Da mesma forma, a assessora econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Estado do Pará (Fecomércio-PA), Lúcia Cristina Lisboa, diz que o crescimento deve variar de 5% a 10%. “A expectativa é otimista quanto ao incremento nas vendas por ocasião da Páscoa, sobretudo os supermercados, feiras, mercados e algumas lojas de decoração e departamentos que vendem itens específicos”, diz ela, que cita o aumento do salário mínimo e a liberação total para funcionamento de comércio e serviços sem restrições sanitárias como fatores favoráveis às vendas.

Na análise de Lúcia Cristina, os efeitos que a crise nas Lojas Americanas terá no setor ainda são incertos, contudo é provável que os consumidores optem por comprar doces e outros produtos em empreendimentos com atuação similar. “A Americanas realmente tem uma liderança por causa da diversificação muito grande de produtos relacionados à Páscoa, sobretudo com relação aos chocolates, aos ovos de Páscoa e aos doces. Havendo uma redução na oferta desses produtos, é possível que haja um deslocamento de demanda para supermercados e outras lojas que vendam produtos como chocolates e ovos de Páscoa”, comenta.

No mesmo sentido, o economista Genardo Chaves de Oliveira também considera que pode haver uma movimentação maior em outras lojas, bem como alterações nos preços praticados e mudanças no comportamento do consumidor.  “Variações nos preços de ovos e chocolates para o consumidor podem ocorrer devido à inflação e às condições econômicas presentes. Outros fatores afetarão as escolhas do consumidor e pelo uso adequado do marketing digital e redes digitais. Mas a Páscoa continua tendo no calendário do setor comercial uma demanda pouco reprimida e ainda representativa”, frisa.

Por sua vez, a fabricação de chocolates se mantem em alta neste ano e o setor espera inclusive aumentar a oferta de produtos disponíveis. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), informa que o mercado contará com 440 itens oferecidos pelas empresas associadas, sendo que 163 são lançamentos, com produtos com diferentes formatos, ingredientes, sabores e percentuais de cacau, bem como embalagens diferenciadas para presentes. Somente em 2022, foram mais de 10 mil toneladas de ovos e outros itens de Páscoa fabricados.

A Abitec afirma ainda que não comenta as estratégias comerciais adotadas no caso Americanas, porém ressalta que as indústrias trabalham para manter o abastecimento. “A Associação segue acompanhando as atualizações do mercado e reforça que as indústrias continuam atuando para atender às necessidades dos consumidores, garantindo o abastecimento em multicanais e a disponibilidade de seus produtos”.

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