Como se planejar para morar sozinho?

Sair da casa dos pais para um imóvel próprio — seja sozinho ou dividindo com amigos — envolve organização, leitura de contrato e controle rígido do orçamento

Gabi Gutierrez
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Com o custo de vida em alta, aluguéis mais caros e despesas que crescem mês a mês, morar sozinho deixou de ser apenas um símbolo de independência: virou um desafio que exige preparo financeiro, emocional e muito planejamento. A mudança da casa dos pais para um imóvel próprio — seja sozinho ou dividindo com amigos — envolve organização, leitura de contrato e controle rígido do orçamento.

Para ajudar quem está prestes a dar esse passo, o economista Cleber Albuquerque detalha cuidados essenciais. A experiência da jornalista Painah Silva, que se mudou em agosto de 2025, reforça que planejamento e coragem caminham juntos.

1. Diagnóstico financeiro: o primeiro passo para morar sozinho

O economista destaca que tudo começa entendendo a própria realidade financeira.“É preciso levantar todas as rendas e gastos para montar um orçamento e entender se há condições reais de morar sozinho”, afirma Albuquerque.

Esse levantamento deve incluir despesas que ainda não fazem parte da rotina, como contas domésticas, alimentação, manutenção e impostos.

A jornalista Painah Silva confirma a importância dessa etapa: “Comecei pesquisando o mercado imobiliário em Belém e vendo se o valor dos imóveis cabia no meu salário. Foram meses pesquisando e juntando dinheiro para criar um caixa de emergência.”

Ela guardava R$ 50 por vez para cobrir custos como carro de mudança, ajudantes e instalação na kitnet.

2. Quanto gastar com aluguel? A regra dos 30%

Um dos pontos centrais para quem quer morar sozinho é definir quanto pagar no aluguel. A recomendação é clara: “O ideal é gastar até 30% da renda líquida. Acima disso, outras despesas começam a ser comprometidas”, explica o economista.

Sempre use o valor que realmente entra na conta após descontos.

3. Leia o contrato com atenção

Antes de assinar, é essencial analisar tudo com calma:

  • cláusulas de caução e fiador,
  • índice de reajuste anual,
  • taxas de condomínio (incluindo extras),
  • IPTU,
  • prazos, multas e penalidades de rescisão.

Albuquerque reforça que todos esses detalhes impactam o orçamento e evitam surpresas.

4. Mudanças de rotina: abrir mão faz parte do processo

Painah conta que o ajuste emocional e de estilo de vida foi tão importante quanto o financeiro: “Coisas que eu fazia morando com meus pais, como ir mais ao shopping, tiveram que diminuir. Minhas prioridades mudaram: agora é pagar aluguel, energia, supermercado. Abrir mão faz parte.”

Ela explica que a mudança exige maturidade e uma boa dose de coragem: “Assusta, mas é um passo importante. Minha dica é: vá com medo mesmo. No fim, a gente consegue.”

5. Prepare-se para despesas que você nunca pagou antes

Morar sozinho é lidar com contas que antes passavam despercebidas, como:

  • IPTU,
  • Condomínio,
  • Taxas extras,
  • Pequenos reparos,
  • Custos de manutenção.

“Essas cobranças costumam surpreender no início”, alerta o contador.

6. Simule os primeiros meses e crie uma reserva de emergência

Para evitar apertos, Albuquerque recomenda montar cenários realistas de gastos: “Nunca comprometa toda a renda. É fundamental ter uma margem de segurança.”

A reserva ideal deve cobrir de três a seis meses de despesas.

Painah viveu essa necessidade na prática: “No início era apertado. Consegui me manter porque fiz muitos ajustes. Quando troquei de emprego e passei a ganhar melhor, já estava organizada e segui tranquila.”

7. Como controlar as finanças no dia a dia

A organização é o grande diferencial entre quem sofre e quem consegue morar sozinho com estabilidade.

Painah usa um método simples que funciona: “Tenho um caderno só de despesas. Anoto tudo antes do salário cair: contas fixas, gastos eventuais e uma reserva para imprevistos. Assim visualizo e me organizo melhor.”

Para quem prefere apps, ferramentas como Organizze, Mobills, Splitwise e Tricount ajudam a controlar despesas e dividir contas com amigos.

Outras estratégias que aliviam o orçamento:

  • comprar mobília usada,
  • priorizar eletrodomésticos essenciais,
  • fazer lista semanal de supermercado,
  • evitar delivery,
  • comparar preços.

8. Planejamento + coragem = mudança segura

A combinação de preparo financeiro e coragem marca a experiência de quem decide morar sozinho.

O economista resume: “Morar sozinho exige realismo e consciência da capacidade financeira. Assim você evita problemas e não compromete outros sonhos.”

Painah complementa com o lado emocional:“É responsabilidade, amadurecimento e coragem. Se você sabe suas prioridades e objetivos, dá certo.”

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Economia
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