Castanha exportada pelo Pará está incluída em tarifaço

Tipo de castanha deixada de fora de taxação são castanhas com casca, mas Pará só exporta o produto sem casca. Produtores se preocupam

Vitória Galvão | Especial para O Liberal
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Tarifaço gera preocupação com futuro do setor para exportadores Paraenses, o estado é o segundo maior exportador de castanha do país.. Dados do levantamento realizado pelo Centro Internacional de Negócios da FIEPA (FIEPA CIN) mostraram que o Pará exportou US$5,25 milhões de dólares em castanha-do-Pará no primeiro semestre de 2025, um aumento de 6,43% em relação ao mesmo período no ano passado.

Os Estados Unidos despontam como principal destino no mercado exterior da castanha paraense e a taxação de 50% específica para castanhas sem casca foi inesperada. De acordo com a empresária Victoria Mutran, a decisão foi uma surpresa, já que geralmente a castanha com casca não possui mercado expressivo,  ”Não é comum ser exportada com casca (a castanha). É por isso que a gente ficou surpreso”. 

Ela, que possui uma empresa familiar com mais de 60 anos de mercado na produção de castanha-do-pará e teve 20% do volume total produzido em 2025 exportado para os Estados Unidos já pensa na próxima safra que tende a ser a primeira a ser afetada, em janeiro. A empresa, que divide seu volume entre mercado nacional e internacional, pode ser uma das muito impactadas pela medida e espera próximos passos e mediação com as instituições brasileiras.

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 De acordo com a empresária, o setor se reuniu previamente e encaminhou para entidades oficiais brasileiras cartas expondo preocupação com os possíveis impactos do tarifaço e a necessidade de ações protecionistas, tanto para proteger todo o elo produtivo, como também a competitividade do mercado brasileiro diante de um cenário global.

Ainda sem um levantamento preciso sobre como a taxação vai afetar o mercado da castanha-do-pará, Victoria acredita que se medidas não forem iniciadas, todo o setor sentirá os impactos: postos de emprego, perda de espaço no mercado internacional, diminuição na qualidade do produto, além da perda de uma atividade de bioeconomia que historicamente dialoga e tem participação direta de indígenas, quilombolas e povos originários como coletores da castanha como coletores da castanha e protetores da floresta.

Em 2025, o Pará contabilizou um total de US$1,64 milhão no total exportado para mercado estadunidense, um aumento de 8,53% de entrada em relação ao ano passado. O montante soma 31,30% do total de compradores, seguido de Canadá 1,11 milhão (21,30%); Espanha US$477,7mil (9,09%).

Apesar do número alto, o Brasil fica atrás da Bolívia(maior exportador da castanha no mundo)  na exportação do produto e com a alta taxação, a tendência é perder ainda mais espaço. 

Após absorver o primeiro impacto da notícia, Victoria Mutran espera duas ações: acionar canais oficiais para construir um diálogo com todo o setor buscando medidas de proteção e pensar em mercados alternativos que possam compensar o espaço antes ocupado pelos Estados Unidos que pode vir a ser perdido.

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