Café tem terceira queda seguida, mas segue com alta acumulada de mais de 40% em Belém

Mesmo com a redução recente, o café segue entre os produtos que mais pressionam o custo da cesta básica no Pará

Thaline Silva*
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Mesmo com a leve redução registrada em setembro, o preço do café continua pesando no bolso dos consumidores paraenses. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA) divulgado nesta terça-feira (28), o produto acumula alta de 40,16% em 2025 e de 54,05% nos últimos 12 meses, índices bem acima da inflação calculada para os períodos — 3,6% e 5,15%, respectivamente.

Os dados do DIEESE/PA mostram que, em setembro, o café apresentou o terceiro mês consecutivo de queda no preço médio, passando de R$ 71,06 para R$ 70,11 o quilo — uma redução de 1,32%. Apesar disso, o item segue entre os mais caros da cesta básica comercializada em Belém, que totalizou R$ 672,84 no mês passado. O valor representa quase metade do salário mínimo vigente, de R$ 1.518.

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A pesquisa, realizada semanalmente em supermercados da capital paraense, revela que o preço do café vem registrando oscilações ao longo de 2025. Em janeiro, o quilo custava em média R$ 54,57. Nos meses seguintes, o produto seguiu em alta, atingindo R$ 75,40 em maio e mantendo-se acima dos R$ 70 até setembro. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento é expressivo: em setembro de 2024, o café era vendido a R$ 45,51 o quilo.

Segundo o DIEESE, o comportamento recente reflete uma combinação de fatores internos e externos. No mercado internacional, o preço do café subiu, impulsionado pela valorização nos Estados Unidos e pela oferta limitada, resultado de quebras de produção em alguns países produtores. No entanto, dentro do Brasil, o consumo desacelerou devido aos preços elevados nos supermercados, o que contribuiu para a leve retração observada no último mês.

A análise do órgão indica ainda que a variação de preços do café não foi uniforme entre as capitais brasileiras. Enquanto em 14 cidades houve queda, em outras 13 o valor do produto aumentou. Essa diferença é atribuída à dinâmica regional de abastecimento e à capacidade de repasse dos custos ao consumidor.

Mesmo com a redução recente, o café segue entre os produtos que mais pressionam o custo da cesta básica no Pará. O DIEESE aponta que o conjunto de alimentos essenciais continua comprometendo uma parcela significativa da renda das famílias, especialmente as de menor poder aquisitivo. 

Evolução mensal do preço médio do café (kg) em 2025

• Janeiro: R$ 54,57
• Fevereiro: R$ 59,17
• Março: R$ 67,72
• Abril: R$ 72,89
• Maio: R$ 75,40
• Junho: R$ 75,42
• Julho: R$ 72,89
• Agosto: R$ 71,06
• Setembro: R$ 70,11

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

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