558 mil famílias que vivem na miséria não recebem o Auxílio Brasil, aponta CadÚnico

Em junho deste ano, ficou maior o número de famílias em extrema pobreza em relação ao total de famílias atendidas

O Liberal
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O Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, deixa de fora ao menos 558 mil famílias que vivem na miséria. O benefício começou a ser pago na semana passada para 14,5 milhões de famílias. O total de benefícios não é o suficiente para atender as famílias em extrema pobreza (com renda individual de até R$ 89 por mês). Há 15,06 milhões de famílias nessa situação. As informações são do portal UOL.

O número de famílias em extrema pobreza pode ser maior do que esses 558 mil. O programa é destinado também aos pobres (com renda mensal de até R$ 178). Os miseráveis têm prioridade e deveriam todos ser atendidos antes de entrarem os pobres na lista. O governo não divulgou quantos de cada categoria são atendidos e por isso não se tem como saber quantas das 15,06 milhões de famílias em extrema pobreza estão de fora. Portanto, o número pode ser bem maior.

Em junho deste ano, ficou maior o número de famílias em extrema pobreza em relação ao total de famílias atendidas. É uma redução inédita no programa social. Os números são do Cadastro Único (CadÚnico), do governo federal. Esse banco de informações é usado para definir quem tem e quem não tem direito ao benefício. São as próprias famílias que informam os dados.

Os dados de outubro e novembro ainda não foram divulgados no CadÚnico, mas a follha de pagamento do Auxílio Brasil mostra que em novembro foram pagos 14,5 milhões de benefícios, o que dá a diferença de 558 mil em relação às famílias na miséria.

Redução de beneficiários

Além do déficit crescente a partir de junho, o novo Auxílio Brasil começou a ser pago em novembro com uma redução de 148 mil beneficiários em relação ao último pagamento do extinto Bolsa Família, em outubro.

Além dessas famílias na miséria, outras 2,9 milhões de famílias estavam em situação de pobreza (com renda de R$ 89,01 a R$ 178). Todas elas são elegíveis e deveriam ter acesso ao benefício social. Com isso, a fila de espera hoje deve ter em torno de 3,5 milhões de famílias.

Governo havia prometido atender 17 milhões

Segundo o ministro João Roma (Republicanos) o Auxílio Brasil ajudaria cerca de 17 milhões em outubro. Agora, o governo diz que esse número só deverá ser alcançado em dezembro. Com isso, cerca de 2,5 milhões de famílias aguardam ingresso no programa em uma fila de espera.

Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu, em janeiro de 2019, o número de famílias em extrema pobreza inscritas no Cadastro Único cresceu 2,3 milhões (eram 12,7 milhões em dezembro de 2018).

Redução nos atendidos em 26 estados

No primeiro mês de pagamento, o Auxílio Brasil teve um encolhimento de 148 mil famílias, ou 1% em relação ao último pagamento do Bolsa Família.

A redução de beneficiários em novembro ocorreu em 26 das 27 unidades da federação. O Distrito Federal foi a única exceção, com ganho de 123 beneficiários em relação à folha de outubro.

Com 23,6 mil benefícios a menos, São Paulo foi o estado que mais perdeu, Em termos percentuais, a maior queda foi no Paraná com 2,2% no total.

Governo diz que aumentou valores pagos

Ao UOL, o Ministério da Cidadania disse que houve uma transferência automática dos beneficiados de um mês para o outro. "Em novembro foram migradas automaticamente as famílias do Bolsa Família que estavam na folha de pagamento de outubro, com exceção daquelas em que foi verificado, em qualquer momento do mês de outubro, o descumprimento das regras de gestão de benefícios do Programa Bolsa Família", diz nota enviada à reportagem.

Segundo o governo, o benefício médio pago às famílias aumentou 20% e passou de R$ 186,68 para R$ 224,41. Neste mês, os pagamentos somaram R$ 3,25 bilhões.

 

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