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30,5% das mulheres têm renda comprometida com dívidas, aponta pesquisa

Kamila Murakami / Especial para O Liberal

As mulheres são maioria com a renda comprometida para o pagamento de dívidas com empréstimos bancários. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 30,5% da população feminina enfrenta dificuldades financeiras devido às dívidas com linhas de crédito. 

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Empréstimos financeiros e dívidas com cartões de crédito estão entre os maiores comprometedores da economia e dos endividamentos das famílias. De acordo com o Serasa, cerca de 27% das causas de inadimplência em 2023 estão relacionadas ao uso do crédito. A situação afeta, sobretudo, as mulheres.

A pedagoga M.S.C.M.M, de 35 anos, conta que entrou em situação de superendividamento após a contratação de um empréstimo bancário que tinha como objetivo quitar a compra da casa nova. Segundo ela, a família precisou mudar de residência após o nascimento das filhas para garantir uma qualidade de vida melhor.

“Eu tenho três filhas pequenas. Nós planejamos a primeira; Deus mandou a segunda e depois a terceira. Então, a nossa casa ficou pequena para elas e nós precisamos comprar uma maior. Com isso, nós precisamos fazer algumas reformas e fizemos alguns empréstimos”, lembra ela.

Segundo a pedagoga, foi nesse momento que a situação perdeu o controle. “Nós acabamos ficando muito cheio de dívidas, porque a nossa casa anterior ainda não foi vendida e nós estávamos contando com isso. Foi algo que não estava no nosso planejamento. Por isso nós precisamos começar a emprestar para pagar os cartões, pagar as coisas que a gente ia pegando emprestado”, conta.

M.S. diz que o primeiro empréstimo foi no valor de 50 mil reais e tinha como objetivo custear as despesas com a reforma. Porém, a situação, segundo ela, fugiu do planejamento esperado. “Quando fui ver ficou além do que as pessoas falaram, então a gente teve que ficar emprestando. ‘Emprestou’ 20 mil em um cartão, aí emprestava mais 15 mil de outro”, diz a pedagoga.

“Para quem sempre planejou a vida, se deparar com essa situação foi algo, assim, realmente muito inesperado”, completa.

De acordo com a mentora financeira Ísis Ribeiro, a baixa remuneração pode estar relacionada ao índice elevado de comprometimento financeiro. “A mulher ainda ganha menos no mercado de trabalho. Tem mulheres que já ocuparam cargos elevados, mas a grande maioria da população feminina ganha menos e isso impacta, realmente, porque tem muita mulher provedora, que assume o papel total da casa, e isso faz com que acabe nesse processo de endividamento”, explica.

image Ísis Ribeiro, mentora financeira, diz que endividamento pode estar ligado a desigualdades salariais (Foto: Arquivo pessoal)

A profissional aponta, ainda, o acesso limitado a oportunidades como um agravante da situação. “Hoje a mulher ainda ganha muito menos que o homem, então a gente briga por esse espaço, ainda há essa disputa salarial. Se for um homem e uma mulher, em uma disputa de emprego, a possibilidade do homem ficar é muito maior”, diz a profissional.

Cuidar da casa, dos filhos e ainda ser responsável pelo orçamento familiar. Os cuidados familiares e a necessidade de fazer frente às despesas da casa também comprometem a renda feminina. “A mulher acaba tendo um custo maior em relação à saúde, cuidados familiares, a maternidade da mulher acaba pegando uma parte do seu salário”, frisa Ísis.

Educação financeira

Muitas pessoas enfrentam problemas sérios devido à falta de conhecimento financeiro. A mentora Ísis Ribeiro explica que a organização e a “não vilanização” do dinheiro é fundamental para ter finanças mais equilibradas.

“Eu sempre coloco a falta de educação financeira como um ponto chave. A mulher, muitas vezes, não sabe lidar com as finanças e isso faz com que ela enxergue a sua vida financeira de forma mais clara e enxergar o seu dinheiro”, aponta.

A profissional indica a organização e controle econômico como o melhor caminho para a mudança do cenário de endividamento. “Eu preciso ganhar um pouco mais, criar possibilidades e oportunidades de ganhar mais, mas é preciso ter uma educação financeira. A mulher ainda é taxada como gastadora e isso precisa ‘virar uma chave’ para nós, para isso ser realmente modificado”, alerta.

A universitária Maria Rita, de 21 anos, conta que tem um verdadeiro pavor de ficar inadimplente e com o nome ‘sujo na praça’. Ela conta as técnicas que costuma usar para evitar o problema.

“Não compro mais do que preciso, sempre faço os cálculos do mês para que o dinheiro dê, caso passe, deixo para o outro mês. Uso o meu cartão de crédito só em extrema urgência e evito emprestar para terceiros”, relata.

image Maria Rita, 21 anos, conta que usa organização financeira para não cair no endividamento (Foto: Arquivo pessoal)

A jovem diz, ainda, que embora o banco aumente o limite de crédito todos os meses, ela regula o valor que vai usar. “Eu estipulo uma certa quantia no qual posso usar todo mês e não passo disso”, afirma Maria.

5 dicas para se organizar financeiramente:

- Faça um orçamento;

- Monitore as despesas;

- Avalie as formas de crédito que está usando;

- Evite gastos desnecessários;

- Tenha uma reserva para emergências.

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