Com bandeira vermelha, conta de luz deve pesar mais no bolso dos paraenses em julho

Período de férias escolares e tarifa extra desafiam famílias a controlar o consumo e os gastos

Paula Almeida / Especial para O Liberal

Julho chegou com um alerta vermelho para o bolso das famílias paraenses. O mês das férias escolares, que tradicionalmente aumenta a permanência de crianças e adolescentes em casa e, consequentemente, o consumo de energia, será marcado pela continuidade da bandeira tarifária vermelha, conforme informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Isso significa que os consumidores pagarão R$ 4,46 a mais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

A medida é reflexo da baixa na média dos reservatórios brasileiros, o que reduz a geração de energia por hidrelétricas e obriga o acionamento de fontes mais caras. A expectativa, segundo a própria agência, é que esse cenário se mantenha ao menos até o fim do mês, com uma nova avaliação prevista apenas para o dia 25 de julho.

Consumo maior durante as férias

Segundo o economista Valfredo de Farias, o impacto na conta de luz deve ser sentido de forma significativa nas residências durante o período de recesso escolar. “Tem mais gente dentro de casa. Mais ar-condicionado, luz ligada, mais televisão, mais geladeira sendo aberta. E se a gente levar em consideração a bandeira vermelha, com certeza terá um aumento de pelo menos 20% nas contas de energia”, afirmou.

A realidade é especialmente preocupante para as famílias que vivem com rendas mais baixas, como quem recebe um salário mínimo. De acordo com o especialista, quando a conta de energia aumenta, outras despesas acabam sendo sacrificadas. “Se você vacilar na conta de energia e ela vier muito alta, vai ter que abrir mão de alguma outra conta. Geralmente é o cartão de crédito que se deixa de pagar para bancar a energia elétrica, que é um bem de primeira necessidade e não dá pra viver sem”.

Como economizar energia em casa

Apesar das dificuldades, Valfredo destaca que há formas de economizar, embora exijam disciplina. Abaixo, listamos algumas das principais dicas do economista para quem deseja conter os gastos sem abrir mão do conforto:

1- Use o ar-condicionado com sabedoria: regule o aparelho entre 22°C e 24°C. Essa faixa garante um equilíbrio entre conforto térmico e consumo eficiente. Sempre que possível, opte por ventiladores, que gastam menos.

2- Passe e lave roupas em blocos: evite ligar o ferro elétrico várias vezes ao dia. Acumule as roupas e passe tudo de uma vez. O mesmo vale para a máquina de lavar. 

3- Modere o uso de eletrodomésticos "vilões": micro-ondas, air fryer, lava-louças e aquecedores consomem muita energia. Use com moderação e prefira métodos tradicionais, como o fogão a gás, quando possível.

Energia mais cara e pouco incentivo à economia

Além dos desafios dentro de casa, Valfredo também faz críticas ao que considera a falta de incentivo governamental para estimular o uso de fontes renováveis e a economia de energia em larga escala. Ele aponta que, apesar da crescente procura por energia solar, o aumento da tributação e a retirada de benefícios dificultam o acesso da população a esse tipo de alternativa. “Estamos vendo, por exemplo, as placas de energia solar sendo cada vez mais tributadas, e alguns benefícios dentro dessa energia também estão sendo retirados. Isso torna mais difícil as pessoas adquirirem essas tecnologias”.

O que é a bandeira vermelha?

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL em 2015 para sinalizar aos consumidores os custos de geração de energia elétrica no país. As cores verde, amarela e vermelha indicam se há ou não custos adicionais.

Quando a bandeira está vermelha (patamar 1), como é o caso atual, significa que está sendo necessário acionar fontes mais caras para garantir o fornecimento. Em nota, a ANEEL reforçou que não há previsão de baixa no custo da energia neste momento. A bandeira vermelha será mantida até 31 de julho, e uma nova definição será feita no final do mês para vigorar em agosto.

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