História de 'Boca a Boca' tem similaridades com a pandemia do novo coronavírus

Há um pouco mais de um ano, em maio de 2019, o mundo era outro. Falar que uma pandemia de doença contagiosa desconhecida aconteceria seria vista como alucinação ou história de alguma obra de ficção. Assim era vista “Boca a Boca”, uma história utópica para servir de enredo para falar de outros temas atuais. Em 2020, quando estreou, a série parece ter previsto ou sido feita pensando na pandemia, já que o novo coronavírus é o principal assunto a dominar os noticiários há quatro meses e responsável por alterar a vida de todos.

A série da Netflix já se transforma em uma sensação pela história e por prever certos comportamentos. Ao mesmo tempo a série apresenta um Brasil interiorano reconhecível para qualquer pessoa. “‘Boca a Boca’ tem esse grande elefante na sala. A gente está no meio dessa situação do vírus e da pandemia, mas por trás disso está falando sobre outra coisa mais necessária, sobre o fanatismo religioso, discriminação, tolerância, racismo, sobre várias críticas sociais, a nova senzala e a nova casa grande. A gente fala sobre a liberdade do corpo, a necessidade de se descobrir nessa cidade do interior que é muito conservadora, em que agropecuária é a fonte de renda da cidade. Eu mesmo quando li o roteiro ficava chocada de tão real, o quanto hoje é mais parecido ainda. Tem uma cena da Denise Fraga passando álcool em gel na mão, ninguém imaginava que há um ano o quanto isso estaria inserido na nossa vida atualmente”, aponta Iza.

Como precisou se isolar do outro lado do país, em São Paulo, é impossível para Iza não se preocupar com a família que continua no Pará. Para manter todos em segurança, a atriz decidiu seguir o isolamento social. “Eu tô bem preocupada em relação a família, eu não posso pegar um avião e ir para Belém. A minha mãe é do grupo de risco. Não é só se tivesse precisado adiar a passagem, não tem previsão de ir aí. E ainda tem todo o processo de ficar completamente isolada e não poder ficar perto dos meus pais se fosse para aí teria que ir para um hotel”, lamenta. Para passar o tempo Iza tem feito yoga, crochê, estudado e fotografado bastante.

O futuro que antes era focado na carreira de modelo agora ganhou novos contornos e possibilidades. “Eu descobri muito uma outra coisa que gosto. Talvez um novo talento, vou descobrir no decorrer da vida, estou com outros projetos e testes no audiovisual. Ainda não saiu uma participação pequena que fiz em uma série. Hoje a única coisa que posso fazer é estudar, o mercado está voltando aos poucos, mas não me sinto preparada e segura para voltar ao estúdio e encontrar pessoas que não conheço. Amo muito o que eu faço”.