Teatro do Sesi reabre com o espetáculo 'Caeteuara', de Cláudio Barros

A peça narra sobre o racismo na história de vida do poeta paraense Eimar Tavares.

Enize Vidigal O Liberal
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O Teatro do Sesi reabre as portas para espetáculos presenciais nesta quinta-feira, 1º de julho, com a peça teatral “Caeteuara”, de Cláudio Barros, que narra a história do poeta, cronista e crítico literário Eimar Tavares, natural de Bragança, que sofria racismo e, apesar de publicar críticas e crônicas em jornais por décadas, não levou ao conhecimento do grande público as próprias poesias. A apresentação gratuita acontece às 20 horas, com acesso aos primeiros 120 espectadores que chegarem, pois a capacidade será limitada a 25% da plateia. O espetáculo se repetirá na sexta e no sábado, 2 e 3, no mesmo horário e com a mesma lotação.

Com incentivo da Lei Aldir Blanc, Cláudio Barros bebe na fonte da própria história familiar para apresentar o legado de outro artista da sua árvore genealógica: o avô Eimar Tavares, nascido em 1909 e falecido em 1987. Eimar costumava presentear os amigos com poemas autorais em livros artesanais de páginas datilografadas, exemplares únicos que mantém viva a sua história de vida.

“O tema do espetáculo é o racismo que a gente fala através da história do poeta Eimar Tavares. Ele sofreu racismo desde o ventre e toda a história de vida desse artista paraense desconhecido foi norteada por eventos racistas. A obra dele reflete a dor que ele teve ao enfrentar isso e também a paixão que teve pela vida e pelas mulheres”, descreve Cláudio Barros, autor, ator e diretor da peça.

O nome do espetáculo, Caeteuara, designa as pessoas que nascem em Bragança, à beira do rio Caeté. A dramaturgia é amparada na pesquisa sobre o acervo deixado por Eimar Tavares, que também foi jornalista e tipógrafo formado pelo Instituto Lauro Sodré. Ele teve colunas nos jornais Folha do Norte, este já extinto, A Província do Pará e Diário do Pará. “Ele escrevia críticas literárias dos poetas da época. Foi contemporâneo de Bruno de Menezes, Dalcídio Jurandir e Rodrigues Pinagé. Achava que não tinha o mesmo nível que os artistas que ele elaborava críticas. Ele presenteava amigos com livros de poemas que ele fazia à mão. Um homem que por décadas foi um escritor ativo na cidade, um grande artista desconhecido”, conta Barros.

image Cláudio Barros em cena. (JM Conduru- Divulgação)

Cláudio Barros divide a cena e a direção com Cláudio Melo. Barros interpreta o avô e Melo, as mulheres que cercavam o poeta: a mãe, a irmã e a esposa. De maneira presente, são elas que interferem no destino do escritor. A força destas três pessoas, entre a ciranda de mulheres que circunda a vida de Eimar, vão traçando os rumos de boa parte da história contada durante a apresentação.

A dramaturgia contou com a parceria da contadora de histórias e dramaturga Ester Sá. O figurinista é Maurity, o cenógrafo é Felipe Bojo, a iluminação é de Sônia Lopes e a operação de som é de Jeff Cecim. A produção é de Andréa Cavallero. A pesquisa sobre o acervo de Eimar Tavares foi realizada com a ajuda das primas Kátia Esteves e Fernanda Paula. “É o encontro de muitos artistas que ficaram apaixonados pela história do poeta Eimar Tavares”, celebra Barros.

A perspectiva de Cláudio Barros é publicar no ano que vem dois livros com obras de Eimar Tavares, sendo uma Antologia Poética e um livro de crônicas.

Protocolos

O espetáculo “Caeteuara” devolve a vida ao Teatro do Sesi, que passou seis meses de portas fechadas para o público, com funcionamento limitado a espetáculos de transmissão virtuais. A reabertura ao público vai contar com protocolos de segurança para prevenir a Covid-19: a aferição de temperatura na entrada do estabelecimento, o uso obrigatório de máscara, a disponibilização de álcool em gel 70% e o distanciamento social, com a ocupação de apenas 25% da plateia. Ainda, funcionários irão orientar o público e indicar as poltronas permitidas para uso.

 

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