Tataraneto do construtor do Palacete Pinho visita o imóvel histórico pela primeira vez

O advogado Diego Augusto Granzotto de Pinho nasceu no Rio, e sempre quis conhecer o prédio requintado em que os ancestrais realizavam festas na Belle Époque

Enize Vidigal
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O tataraneto do comendador Antônio José de Pinho, construtor do Palacete Pinho, o advogado carioca Diego Augusto Granzotto de Pinho, esteve em Belém pela primeira vez nesta quarta-feira, 06, onde realizou um sonho de infância: visitar o belo exemplar arquitetônico de 1897, que carrega a história da sua família e que se tornou patrimônio público da capital paraense. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Palacete Pinho, situado no bairro da Cidade Velha, é um exemplar da riqueza da sociedade paraense do Ciclo da Borracha, que realizou fortes investimentos arquitetônicos, estruturais e culturais influenciados pelo movimento cultural da Belle Époque.

"A gente tinha uma vontade gigastesca de conhecer. Tenho desde criança um livreto sobre o Palacete Pinho, que conta a história dele. Creio que eu seja o único descendente da minha geração a visitá-lo", conta Diego, que esteve no imóvel acompanhado da esposa, Aline Granzotto. "Meu avô, o administrador Antônio José de Pinho, foi criado no palacete. Ele se mudou para o Rio, onde meu nasceu o meu pai, José Augusto Rodrigues de Pinho. Meu pai falava muito desse lugar, só que a gente nunca tinha tido a oportudade de vir". 

O avô a que ele se refere era homônimo do tataravô que construiu o Palacete Pinho. O descendente direto do comendador, foi o juiz José Augusto de Pinho, bisavô de Diego. "Meu avô quando faleceu eu era muito pequeno. Faziam festas, quermeces para arrecadar dinheiro e fazer doações e reuniões políticas no palacete. 

O imóvel em forma de "U" e fachada com azulejos portugues, tem uma escadaria suntuosa em direção à entrada principal no primeiro andar. Também é composto de porão no térreo, segundo andar com quartos amplos e varanda e outro andar com um mirante com vista para a baía do Guajará. "É muito bonito. O palacete é extremamente grandioso. A gente fica muito emocionado de estar ali, de conhecer um pouco msis da nossa história. A gente só ouvia falar muito. Essa visita me fez lembrar muito do meu pai e avô", disse entusiasmado. 

O Palacete Pinho passou muitos anos abandonado, mas teve inaugurada, em 2011, a reforma que se arrastou por anos.Infelizmente está abandonado, com o teto caindo em alguns pontos, bastante mofo, alguns vidros quebrados, algumas portas um pouco soltas, gessos caídos (estuques, adornos decorativos de gesso das paredes e teto) no chão e encontramos uma rachadura grande na fundação", lamentou.

"Eu era louco pra conhecer. Tirei fotos de azulejos da época e (por whatsapp) a minha irmã falou na mesma hora que tem alguns azulejos (do palacete) em casa. 'Botei aqui no banheiro de casa' (escreveu ela)", contou Diego. "Tinha algumas peças antigas de lá (na família), acho que ainda tenho alguns talheres da época, que têm o brasão (da família) Pinho".

Perguntado se gostaria de ter morado no palacete, ele respondeu: "É um lugar muito grande pra mim. Mas é um lugar fabuloso, realmente é muito gostoso lá, muito grande, lindo, o ambiente é muito bom e leve".

Hoje, Diego reside em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele veio a Belém participar de um congresso e, aproveitou para conhecer o Palacete Pinho. Ele conheceu pelo Instagram o projeto Eu Apoio o Patrimônio Público de Belém, @euapoioppbelem, por meio do qual conheceu a arquiteta Thatiana Guimarães, que o ajudou a ter acesso ao Palacete Pinho, junto à Prefeitura de Belém. "A Thatiana ajudou a conseguir a autorização para a visita. Ela nos acompanhou, foi extremamente gentil." 

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