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Suraras do Tapajós mostrou a força do feminino indígena no Rec-Beat

Grupo de mulheres indígenas fala da importância de ganharem novos palcos

Bruna Lima
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O grupo Suraras do Tapajós vem ganhando novos palcos e levando a cultura e o empoderamento feminino indígena para além dos seus territórios. O grupo foi atração no Rec-Beat, na última segunda-feira (20), em Recife, e comemora a oportunidade de poder mostrar para além de suas canções, de mostrar o modo de vida e também falar de respeito pelos povos indígenas.

Adelina Borarí, que é da produção executiva do grupo, maraqueira e compositora, diz que a apresentação foi bonita, com um público grande e bastante participativo. “Já tinham pessoas esperando por nosso show, repercutiu bastante, nossas músicas já tocam na rádio de Recife, demos entrevista das mais famosas rádios de lá”, comemora.

Sobre o convite, Adelina disse que veio depois do show que fizeram no Festival Se Rasgum, o fundador e diretor geral do Rec- Beat assistiu a apresentação e fez convite. “Para nós foi muito bom, pois esse festival dá muita visibilidade para muitos artistas e participar dele foi muito importante para o grupo, tivemos apoio da Secretaria de Cultura por meio da Úrsula Vidal com o pagamentos das passagens, já que o grupo tem 14 integrantes”, destaca Adelina.

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O Rec Beat, um festival que tem 27 anos, já alavancou muitos artistas nacionais. Paraenses como Dona Onete, Felipe Cordeiro e Manoel Cordeiro, Lucas Estrela, Pablo Vittar e muitos outros artistas do norte. “Para nós Suraras do Tapajós foi um privilégio poder participar desse festival que é um dos maiores do país, tivemos a oportunidade de levar nosso ritmo paraense, que é o carimbó pau e corda, e levar nossa luta por meio das nossas músicas que falam da defesa dos nossos territórios, da força da mulher indígena e assim levamos muitas outras mulheres indígenas por meio do nosso cantar” reforça a artista.

Antônio Gutierrez, o Gutie, que é curador do Festival Rec-Beat, disse que sempre se interessou pela música do Pará, praticamente todo ano tem pelo menos uma atração paraense no Rec-Beat. “O estado tem uma produção musical rica, diversa, tem tradição, tem novas tendências. Tem de tudo no Pará. É uma música que não pode ficar de fora da nossa programação”, pontua.

Sobre a apresentação das Suraras, ele disse que foi incrível e que já esperava que fosse dessa forma. “O Rec-Beat é um palco conhecido por trazer atrações que fogem ao lugar-comum, o público foi conferir e se encantou com as Suraras. Conheci as Suraras na última edição do Festival Se Rasgum. Fui um dos programadores convidados pelo evento. O Se Rasgum cumpre um papel muito importante na conexão da música do Pará com outras regiões do país, conheço muitas bandas e artistas por meio desse festival”, completa.

Antes de ser um grupo musical, as Suraras do Tapajós, é uma Associação de Mulheres Indígenas. O grupo trabalha com o carimbó, um ritmo tradicionalmente executado por homens.

“Na associação a gente faz vários trabalhos com a missão de combater a violência contra a mulher indígena e fortalecer essa mulher indígena política e economicamente. A gente faz várias oficinas e sempre fazendo esse empoderamento econômico das mulheres”, explica.

Diante dos trabalhos na associação, o grupo musical surgiu para fortalecer as ações e também ser mais uma forma de gerar renda e manter os custos da associação.

Suraras do Tapajós é o primeiro conjunto de carimbó do Brasil composto somente por mulheres indígenas. Em 2021, as Suraras do Tapajós lançaram o seu álbum de estreia, Kiribasawa Yúri Yí-itá – A Força que vem das Águas, projeto que traz as suas vivências e a musicalidade da floresta.

O grupo surgiu em 2018 e sempre colocando a figura feminina em evidência, mostrando que as mulheres podem ocupar todos os espaços. O grupo de carimbó tornou-se mais uma valiosa ferramenta de voz e alcançando espaços que talvez fossem mais difíceis de acessar, senão por meio da música, para passar a mensagem dos povos da floresta, de artistas paraenses consagrados, também de apresentar músicas autorais, além de composições em Nhengatu – língua geral falada pelos povos do Baixo Tapajós.

 

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Cultura
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