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Sairé 2025: vai começar a maior festa cultural do oeste do Pará

A partir desta quinta (18) até o dia 22, atrações religiosas e profanas tomam conta de Alter do Chão

Eduardo Rocha
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A Vila de Alter do Chão, no Município de Santarém, na região oeste do Estado do Pará, faz pulsar a ancestralidade amazônica por meio do Sairé 2025, evento de cunho religioso e profano, festivo, a partir desta quinta-feira (18) até o dia 22 deste mês. Cerca de 100 mil pessoas são esperadas para esse momento singular da cultura da Amazônia, que culminará com a disputa dos botos Tucuxi e Cor de Rosa no dia 20, para ratificar a conexão histórica e cultural entre seres humanos e meio ambiente na região. Existe uma mobilização para que, em 2027, essa manifestação cultural tapajônica seja apresentada na China.

“O tema do Sairé deste ano é “Cecuiara da Tradição”, termo de origem indígena que carrega múltiplos significados, como nascimento, repasse, confraternização e despertar. O tema simboliza o fluxo contínuo da tradição que passa de geração em geração por meio dos ritos, da oralidade e da expressão cultural do povo Borari”, como explica a secretária de Cultura de Santarém, Priscila Castro.

Para a concepção, desenvolvimento e execução dos projetos artísticos “Essência Borari”, do Boto Tucuxi, e “Catraia – Encantaria do Atravessar”, do Boto Rosa, assim como do Rito Tradicional “Sairé 2025 – Cecuiara da Tradição”, os organizadores contam com o apoio de parceiros públicos e privados por meio de projetos incentivados pela Lei Rouanet, do Governo Federal, via Ministério da Cultura.

Contam ainda com o patrocínio do Ministério do Turismo, Sesc, Equatorial Energia, Banpará, Amstel, Coca-Cola, Vivo, Caixa, Companhia Docas do Pará e Avante Atacadista. Agência oficial: Maná Produções. Apoio: Secretaria de Estado de Cultura do Pará, Assessoria Cultural, Borari Produções. Realização: Prefeitura de Santarém, em acordo de cooperação com o Ministério do Turismo, Sesc, Senac, Governo do Pará, Fundação Cultural do Estado do Pará e Semear – Programa Estadual de Incentivo à Cultura. O Governo do Pará destinou este ano 1,5 milhões reais ao Sairé. O incentivo foi realizado por meio da Fundação Cultural do Pará (FCP) e da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

“A cultura do Pará se expressa de forma vibrante em cada região do nosso grandioso Estado, e o Sairé é uma das maiores demonstrações dessa potência. É tradição, valorização da nossa ancestralidade, da criatividade e da identidade que fazem da cultura do Pará referência para o Brasil e o mundo”, destaca a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.

Como detalha a secretária de Cultura de Santarém, Priscila Castro, “o Sairé surgiu do encontro da cultura indígena, que celebra a natureza e a espiritualidade com cantos e danças, com a fé cristã trazida pelos jesuítas durante o século XVII, ganhando também elementos da cultura africana, os quais constituem a essência do evento”.

De lá para cá, a tradição atravessou gerações e, hoje, é reconhecida em lei como manifestação da cultura nacional, preservando a alma e a história do povo paraense. A parte religiosa do Sairé em Alter do Chão (PA) é marcada pelo louvor à Santíssima Trindade e à cultura local, com elementos que mesclam ritos católicos e indígenas. 

“A celebração começa com a Bebedeira de Tarubá (bebida leitosa e fermentada, à base de mandioca, tradicional dos povos indígenas da Amazônia) e a busca por mastros, que são levantados em disputa entre homens e mulheres, seguindo-se uma procissão com o símbolo religioso (o Arco do Sairé, adornado com flores, fitas e cruzes), que representa a Arca de Noé e a Santíssima Trindade. A festa culmina com a derrubada dos mastros e rituais de agradecimento à natureza e à fartura da região”, explica Priscila Castro. 

Em sequência: abertura e ritos iniciais - Bebedeira do Tarubá; Levantamento dos Mastros (homens e mulheres disputam, separadamente, o levantamento dos mastros, que são erguidos após uma procissão até o Barracão). Uma mulher, a Saraipora, conduz o Arco do Sairé nas procissões, simulando o balanço da Arca na água e distribuindo bênçãos. Os Ritos de Louvor e Celebração reúnem procissões e cantos ao Divino Espírito Santo e danças folclóricas. São feitas oferendas à natureza por meio de ritos de agradecimento à fartura na agricultura e ofertas à natureza também fazem parte da celebração. 

Um momento marcante dessa manifestação cultural é a Derrubada dos Mastros, precedida por uma procissão e orações e que marca o encerramento da festa. 

No meio dos botos

O Festival dos Botos - popularmente conhecido como o momento “profano” - é um dos pontos altos do Sairé. “A disputa entre os Botos Cor de Rosa e Tucuxi é uma verdadeira ópera amazônica, que envolve teatro, música, dança, alegorias e emoção”, destaca a secretária de Cultura. Registros históricos datam que o Sairé ocorre desde o século XVII em Alter do Chão. 

Entre as atrações musicais do Sairé 2025 estão: Falamansa, Xand Avião, Coletivo Mestres de Alter, É o Tchan!, Viviane Batidão, Banda Sayonara, Caferana, Forró di Luxo, Filarmônica Municipal e outros artistas. Outras atrações são uma oficina de carimbó, contação de histórias e a culinária tapajônica.

Ainda nesta quinta (18), às 17h, a Casa Santarém sediará um desfile de diferentes estilos e técnicas de biojoalheria produzida no Oeste Paraense, organizado pelo projeto "Biojoias da Amazônia – Tradição e Inovação", integrando a programação oficial do Sairé 2025. A programação completa do Sairé 2025 pode ser conferida aqui





 

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