Roda de conversa amplia debates da exposição ‘Vozes Femininas da Amazônia’
O encontro reuniu artistas para debater as narrativas presentes e as inspirações das obras que estão expostas na Galeria de Arte Rose Maiorana

A Galeria Rose Maiorana recebeu, na tarde desta quarta-feira (27), uma roda de conversa que integrou a programação da exposição “Vozes Femininas da Amazônia”, realizada em parceria com o Instituto Mulheres Artistas da Amazônia. O encontro reuniu artistas para debater as narrativas presentes e as inspirações das obras que estão expostas no espaço. Durante o encontro, foram abordados temas como representatividade, identidade e a potência das linguagens artísticas produzidas por mulheres da região.
A exposição, aberta no último dia 13 de agosto, segue até o dia 29. Ao todo, 14 artistas participam da exposição: Andréa Noronha, Ariany Machado, Aracely Miranda, Camila Lima, Daniela Guerra, Michele Ferri, Maria Libonati, Milene Fonseca, Nazaré Mello, Rose Maiorana, Rose White, Rosana Uchôa, Renata Costa e Paula Guedes.
No encontro, a vice-presidente do Instituto Mulheres Artistas da Amazônia e anfitriã da galeria, Rose Maiorana, enfatizou que esse é um momento de troca de experiências entre as artistas e até mesmo para discutir as diversas perspectivas sobre a arte de cada uma.
Para ela, a roda de conversa também simboliza a união feminina nesse contexto artístico. “Quando realizamos as exposições das mulheres da Amazônia, fazemos oficinas e um bate-papo para cada um falar sobre o seu quadro e a sua arte. E hoje é o dia da conversa, cada um tem que falar o que sentiu na hora que pintou, por que pintou sobre determinado tema. É uma forma também de poder expressar o que está sentindo na hora em que se está pintando. Eu acho muito esse momento porque a gente não tem contato toda hora e todos os dias”, observa Rose Maiorana.
Experiências
Mais do que uma oportunidade de debater sobre as próprias experiências, a roda de conversa, de acordo com Rose Maiorana, também promove o aprendizado de diversas técnicas de pinturas entre as artistas: “É muito importante saber o que cada amiga está fazendo. O que ela está pretendendo fazer, para onde ela vai, para onde ela está indo. Com isso, vamos discutindo, juntas, o que cada uma tem de qualidade. É uma troca de experiências. Isso é muito importante”, relata Rose.
Rose ainda lembra que a exposição leva a arte da mulher amazônida adiante, reforçando a representatividade. “Isso é sensacional para nós, para mostrar o nosso trabalho, que nós somos mulheres e temos espaço para poder mostrar todas as nossas artes”, observa.
Inspirações
Quem também esteve presente no encontro foi a curadora da exposição, Andréa Noronha, que também é presidente do Instituto Mulheres Artistas da Amazônia. Na mostra, Andréa Noronha expôs fotografias que representavam seus ciclos de vida, desde a maternidade até a pós-maternidade, seu investimento na arte e fases importantes, como a espiritualidade. Ela explicou que, embora normalmente exponha pinturas, optou por fotografias para essa série por falarem sobre vozes femininas.
Para ela, esse momento de reunião entre as artistas promove muitas reflexões. A roda de conversa consegue fazer com que as próprias artistas tenham essa aproximação maior. No dia a dia, é bem complicado. Quase não temos tempo de conversar, de planejar. E a gente não pode perder essa oportunidade. Isso porque é importante ter esse feedback das artistas, como acontece o processo criativo, elas estão inspiradas em quê, onde elas vão buscar inspiração”, frisa Andréa.
“A gente quer deixar bem claro que nós, enquanto mulheres e artistas amazônidas, nos inspiramos na Amazônia, nos inspiramos na vida que nós temos, que não é fácil. A gente sabe que, na maioria das vezes, as mulheres enfrentam uma situação de invisibilidade. Com a artista amazônica não é diferente. A exposição é uma oportunidade também de mostrar que estamos mais escondidas e nem invisíveis. Estamos aí para falar alto, para mostrar que temos voz”, acrescenta a artista.
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