Quem era Ziraldo, cartunista brasileiro que criou o ‘Menino Maluquinho’ e morreu aos 91 anos

A morte do cartunista foi confirmada por sua família na tarde deste sábado (6); Ziraldo deixa um legado na cultura brasileira

O Liberal
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Conhecido principalmente por criar personagens emblemáticos como o “Menino Maluquinho” e outros como a “Turma do Pererê”, o desenhista e escritor Ziraldo, que morreu aos 91 anos, na tarde deste sábado (6), deixa um legado na literatura e em outras áreas artísticas, uma vez que ele foi um cartunista consagrado. A morte do desenhista foi confirmada pela família. Ele morreu dormindo em casa, no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Nascido no ano de 1932 em Caratinga, município de Minas Gerais - onde passou a infância -, Ziraldo Alves Pinto era o segundo de sete filhos. O nome do artista vem da combinação da mãe, Zizinha, e do pai, Geraldo. Desde muito novo, Ziraldo mostrou interesse e talento para o desenho. Trazendo esse gosto pela arte, aos seis anos, teve o primeiro desenho publicado no jornal A Folha de Minas, em 1939.

Primeira revista em quadrinhos

Nos anos 1960, Ziraldo lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira colorida de um só autor, intitulada como “Pererê”. A obra foi banida em 1964, quando o regime militar baniu todas as revistas das bancas. Também nessa época, o jornalista foi um dos responsáveis por fundar o jornal “O Pasquim”, que ia duramente contra o governo da época.

Em sua trajetória, o maior fenômeno foi O Menino Maluquinho, que além do livro de origem publicado em 1980, rendeu inúmeros quadrinhos, animações e até mesmo produções de cinema. Com isso, Ziraldo deixou o legado de marcar gerações com as histórias infantis criadas por ele.

Além de cartunista, Ziraldo era jornalista e tem no currículo passagens pelo Jornal do Brasil e pela revista O Cruzeiro. Iniciou a carreira nos anos 1950, na revista “Era uma vez...”. Em 1954, passou a fazer uma página de humor no mesmo “A Folha de Minas” em que havia estreado. E foi em 1969, que ele fundou, junto a Jaguar, Tarso de Castro e Sérgio Cabral, o jornal alternativo e semanal O Pasquim, um dos principais jornais da época.

Ditadura militar

Com as críticas à ditadura militar em meio à vigência do Ato Institucional número 5 (AI-5), Ziraldo chegou a ser preso três vezes. Por conta da perseguição, foi considerado anistiado político em 2008 e indenizado em mais de R$ 1 milhão pelo Estado.

Ao longo da carreira, chegou a ser contemplado com os prêmios da Ordem do Mérito Cultural e o Prêmio Angelo Agostini de Mestre do Quadrinho Nacional. Após sofrer três acidentes vasculares cerebrais (AVC) desde 2018, Ziraldo estava recluso e com a saúde debilitada, chegando a ser proibido pelos médicos de conceder entrevistas. Ziraldo deixa a esposa, Márcia Martins da Silva, e os três filhos, Daniela, Antonio e Fabrizia.

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