Patrícia Bastos celebra sonoridades amazônicas em show inédito em Belém nesta sexta (17)
Dona de uma voz cristalina, Patrícia dialoga com estilos diversos e artistas do Brasil todo, em particular com paraenses que participam da apresentação de Patrícia no Espaço Mairi no Dia da MPB

As águas dos rios da Amazônia traduzem e constroem sonoridades ao passarem pelo tempo, sons capazes de transpor entraves e enaltecer a vida acima de tudo. Assim pode ser considerado o canto e a obra da cantora e compositora amapaense Patrícia Bastos, com uma carreira sólida de mais de 23 anos e com a capacidade de se reinventar a cada trabalho para elevar a música amazônica à altura que merece. Para isso, ela conta, inclusive, com artistas parceiros, entre amapaenses e paraenses. Esse diálogo musical e cultural estará presente no “Show Amazônico” que Patrícia apresentará ao público de Belém nesta sexta-feira (17), às 20h, no Espaço Mairi, na Cidade Velha, no Dia da Música Popular Brasileira (MPB), em homenagem à compositora Chiquinha Gonzaga. Ingressos podem ser adquiridos em Mairí Sympla .
O show se dá em meio a uma data especial e quando a conexão entre a música de artistas amazônicos com a chamada MPB mostra-se cada vez mais forte. Sobre isso, Patrícia Bastos destaca: "Muitos artistas amazônicos fazem parte do cenário da MPB, e a música produzida na região possui uma identidade própria e se encaixa nos conceitos da MPB, A música amazônica muitas vezes é tratada como "regional" devido a uma visão que a considera inferior ou exótica Mas a considero MPB quando escuto letra de 'Sampa' de Caetano ou 'Você já foi à Bahia?', de Caymmi “ e aí vem 'Jeito Tucuju', de Joãozinho Gomes e Val Milhomem. A música da Amazônia pode ser mundial".
O cantor, compositor e produtor cultural Márcio Macêdo fará o show de abertura. Em sua apresentação, Patrícia terá a participação especial de Layse, Lorena e Nayara Guedes. Márcio Macêdo apresentará um set inédito misturando o repertório do seu novo registro ao vivo — gravado recentemente na Estação das Docas e previsto para lançamento no fim deste mês — com canções do seu show “Suave” e releituras do cancioneiro brasileiro e da música paraense.
Nayara Guedes, cantora de voz poderosa e presença marcante; Lorena, compositora e intérprete de timbre delicado e forte expressão poética, e Layse, multiartista, compositora e baterista, símbolo da autonomia feminina na região. “São mulheres que admiro muito. Cada uma traz sua força, sua história. Vai ser uma noite de trocas e alegria”, resume Patrícia.
Sem fronteiras
No show, Patrícia, com sua voz límpida, vai atravessar as fronteiras entre o Amapá e o Pará, costurando batuques, carimbós, merengues e bregas num mesmo compasso. Sem deixar de lado suas interpretações de “Jeito Tucuju” e “Rodopiado”, entre outros.
“Minha relação com o Pará começa pela vizinhança e pela história — o Amapá já foi parte do Pará. Essa proximidade criou uma troca natural, cultural e musical. Os primeiros artistas que me tocaram foram do Pará: Nilson Chaves, Lucinha, depois vieram Felipe e Manoel Cordeiro, Carla Cabral, Arthur Espíndola... Tudo isso atravessou minha arte. No palco, quero celebrar essa mistura, essa Amazônia inteira que a gente compartilha”, conta Patrícia.
A estrada musical de Patrícia Bastos tem mais de 25 anos e conta com sete álbuns, DVD e turnês no Brasil e no exterior — em países como Portugal, Estados Unidos, México e Dubai. Ela foi a primeira artista amapaense no Rock in Rio. A artista tem indicação ao Grammy Latino e conquistas como o Prêmio da Música Brasileira e o Prêmio Pixinguinha/Funarte.
Patrícia é uma pesquisadora dos ritmos amazônicos, seus dialetos, sotaques, compositores e vivências, em diálogo com uma linguagem urbana (parcerias recorrentes com Dante Ozzetti), resultando numa música potente e sofisticada. Mantém colaborações com nomes como Ná Ozzetti, Arismar do Espírito Santo, Manoel Cordeiro, Cristóvão Bastos, Trio Manari, Ronaldo Silva, Vitor Ramil, Aíla e Djuena Tikuna.
"Eu cresci num ambiente musical, minha mãe Oneide Bastos, cantora, e meu pai Sena bastos, que levava a música e músicos pra acompanhar minha mãe. Então, eu cresci ouvindo grandes artistas lá na casa dos meus pais e já sabia o que iria fazer na vida, que era cantar", declara Patrícia.
No show desta sexta em Belém, a cantora e convidados vão protagonizar uma fusão entre as tradições afro-amazônicas do Amapá (o marabaixo e o batuque do Curiaú, por exemplo) e os ritmos dançantes do Pará, com versões de marabaixo, cacicó, carimbós e boleros amazônicos.
"A gente vai levar toda essa relação musical da Amazônia pro palco, vai fazer uma mistura realmente do Amapá e Pará, né? Vamos cantar os marabaixos, vai ter Batuque do Curiaú, vamos cantar as músicas de fronteira do Amapá, que é o cacicó, o zouk, mas também vamos ter os carimbós, vamos ter merengues e os bregas. Então vai ser uma noite festiva, vai ser uma noite muito alegre, de muita música da Amazônia, pra alegrar o nosso povo, né?", destaca a artista sobre o show em solo paraense.
"Fora as canjas que a gente vai ter, porque a gente tem muitos amigos no Pará, e todo mundo que vai aparecer por lá, com certeza, vai dar uma canja. Vai ser uma festa para a gente, para a gente ser feliz", acrescenta Patrícia.
A banda base do show de Patrícia é formada por Diego Santos (violão de 7 cordas), Hugo Almeida (violão) e Kleber Benigno – Paturi (percussão), músicos que transitam com fluidez entre o popular, o regional e o contemporâneo.
Serviço
'Patrícia Bastos – Show Amazônico (abertura: Márcio Macêdo)'
Em 17 de outubro de 2025, às 20h
No Espaço Mairi, na rua Siqueira Mendes 186, Cidade Velha, Belém (PA)
Participações especiais: Nayara Guedes, Lorena e Layse
Ingressos: Mairí Sympla
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