Parteiras das Ilhas de Belém protagonizam documentário que será lançado em 2025; veja o teaser
A edição do curta-documentário será finalizado em fevereiro deste ano e contará com uma série de exibições

Foi lançado nesta segunda-feira (20/01), data em que se celebra o Dia Nacional da Parteira Tradicional, o teaser do curta-documentário “Ouitê Ir’rapê: Parteiras das Ilhas”. O projeto, resultado de pesquisa e dedicação ao longo de 2024, será exibido em 2025 e tem como protagonistas cinco parteiras da região de Belém: Ginoca, da Ilha de Cotijuba, na região do Pirí; Dinoca, parteira e curandeira da Ilha de Caratateua; Conceição, parteira e pajé da Ilha de Cotijuba, na Praia Funda; Lisette, de Icoaraci; e Mariquinha, da Ilha do Combu. O curta foi criado pela historiadora e antropóloga indígena Danielle Souza, junto com a documentarista e fotógrafa Yasmin Alves. O projeto foi contemplado pella Lei Paulo Gustavo, categoria Curta-Metragem Documentário.
Com exclusividade ao Grupo Liberal, a equipe do curta revelou que a edição deve finalizar no mês fevereiro e será realizado um circuito de exibições. O lançamento do projeto está previsto para o primeiro semestre de 2025. Em seguida, o filme estará disponível na plataforma Youtube.
O documentário, realizado ao longo de um ano em 2024, envolveu pesquisa detalhada, gravações em suas casas e uma cuidadosa edição para capturar a essência dessas mulheres e suas contribuições para suas comunidades. O nome “Ouitê Ir’rapê” significa "Caminho das Águas" ou “Caminho da Mães das Águas”, no antigo tupi. A expressão traduz o objetivo do documentário: destacar as memórias sagradas e ancestrais das parteiras, que dedicaram suas vidas a ajudar mulheres a parir com acolhimento e responsabilidade, mesmo em comunidades frequentemente esquecidas pelo Estado. A obra explora as histórias de vida, trajetórias e os desafios enfrentados por essas mulheres, que fortalecem suas comunidades enquanto preservam práticas viscerais da humanidade.
Danielle Souza, historiadora e roteirista do filme, trouxe para a produção a concepção de mundo de sua avó, Iracy Anambé, parteira indígena. A narrativa do filme foi inspirada pelas histórias contadas pela matriarca. "O documentário é a realização do sonho de transformar as memórias das parteiras que pesquiso e documento nas ciências humanas, em produto audiovisual, onde elas podem se vêr, escutar e entender o quanto são importantes para a nossa cultura ancestral Amazônida", disse a roteirista.
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O curta é uma realização das produtoras Amazonida e Maresia Filmes. Entre os profissionais que contribuíram estão Beatriz Lopes, Rodolfo Mendonça e Isabela do Lago, com trilha sonora original assinada por Mateus Moura e design gráfico desenvolvido por Renata Segtowick.
O oficio da parteira é reconhecido como patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), aprovado em 9 de maio de 2024, durante a 104ª reunião do Conselho Consultivo do IPHAN, destaca a relevância deste projeto.
Para a equipe, o curta-documentário é uma homenagem à importância e à valorização dessas mulheres como guardiãs de um saber milenar, contribuindo significativamente para a vida das mulheres em suas comunidades na região metropolitana da capital do estado.
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