Novos espaços culturais evidenciam a identidade amazônica em Belém
Museu das Amazônias, Caixa Cultural Belém e Centro Cultural Banco da Amazônia são atrativos históricos e culturais da região para quem circula pela capital do Pará nesta época do Círio de Nazaré e pré-COP 30

Ficou ainda mais interessante estar em Belém. Neste mês de outubro, a capital paraense ganhou três novos espaços culturais que contribuem para realçar a identidade regional. São eles: o Centro Cultural Banco da Amazônia, a Caixa Cultural Belém e o Museu das Amazônias. Esses espaços possibilitam o acesso do público a elementos estruturais da vida e saberes ancestrais dos povos da região (indígenas, quilombolas, ribeirinhos e ainda cidadãos dos núcleos urbanos) em pleno período do Círio de Nazaré e às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).
No dia 9, o Centro Cultural Banco da Amazônia abriu suas portas na sede da instituição, na avenida Presidente Vargas com a rua Carlos Gomes, já com a exposição “Mandela - Ícone Mundial de Reconciliação”, promovida pelo Instituto Brasil África (Ibraf) em parceria com a Fundação Nelson Mandela, de Joanesburgo, na África do Sul. O Centro funciona em outubro, de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h; em novembro, de terça a domingo, das 10h às 19h, com entrada gratuita. A partir desta quarta-feira (15), o Banco lançará edital para pautas de ocupação do Centro Cultural, com bonificações aos expositores da região amazônica.
Acerca dessa iniciativa, o presidente do Banco da Amazônia, Luiz Lessa, ressalta: “Saímos de uma sala de 40 metros quadrados para inaugurar um Centro Cultural à altura do que o Banco da Amazônia representa para a região”.
O Centro Cultural mostra-se como o primeiro espaço cultural da região amazônica vinculado a uma instituição financeira de economia mista do Governo Federal. São quatro mil metros quadrados adaptados para o funcionamento de três galerias, biblioteca, minilab de inteligência artificial, seis salas de oficina, restaurante e café. São R$ 30 milhões de investimento nesse projeto. “A cultura da região Norte é muito forte e precisa ser conhecida no mundo inteiro. O Centro Cultural coloca Belém na rota do turismo internacional”, enfatizou.
Potência criativa
Outro espaço estratégico para a cultura da Amazônia é a Caixa Cultural, inaugurada no dia 8, Armazém 6 do Porto Futuro, na Estação das Docas, já com duas mostras ao público desde o dia 9: “Espíritos da Floresta", do Movimento Dos Artistas Huni Kuin - MAHKU, e “Paisagens em Suspensão". Esta é a primeira Caixa Cultural da região Norte do Brasil, a oitava do país e tem funcionamento de terça a domingo, das 11h às 22h, com entrada gratuita.
“A Caixa Cultural Belém marca um novo tempo para a difusão das culturas amazônica e brasileira, reforçando o compromisso da CAIXA e do Governo do Brasil com o apoio a projetos culturais, a valorização da arte, a pluralidade e o patrimônio cultural do país. Este espaço também deixa um legado cultural da COP 30 para a população", ressalta o presidente da Caixa, Carlos Vieira.
Esse espaço está preparado para receber exposições de artes visuais, espetáculos de música, teatro e dança, vivências, eventos literários e outros projetos e fomentar a geração de emprego e renda, a valorização da arte e culturas brasileiras, intercâmbio artístico e cultural, inclusão social e formação de novos públicos.
O espaço tem área total construída de 3.200 m², divididos em três galerias e um teatro de 250 lugares, além de sala de oficina para as atividades do Programa Educativo Caixa Gente Arteira, áreas de convivência, sala administrativa, elevador, rampas de acesso e sinalização para pessoas com deficiência. A programação completa em: instagram @caixaculturalbelem.
"Trazer a primeira unidade da Amazônia para a capital paraense é reconhecer a potência criativa da região e garantir que os artistas tenham esse espaço de visibilidade nacional. Então, a Caixa Cultural atua como esse facilitador, como esse local de encontro, esse local de conexões entre os nossos artistas regionais, entre artistas de outras regiões e de vários segmentos", destaca Débora Porto, gerente da Caixa Cultural Belém. "A cultura é a forma como um povo se reconhece, como se reafirma, como permanece no tempo. E para os povos amazônicos, a cultura é herança e futuro ao mesmo tempo”,", completa.
Amazônias
Com duas exposições disponíveis, o Museu das Amazônias chega como um legado da COP-30. O local é um espaço que apresenta a Amazônia por meio da arte, ciência e saberes ancestrais. Localizado no galpão 4 do Complexo Porto Futuro II, o museu vai proporcionar ao visitante uma experiência reflexiva sobre identidade e ancestralidade.
“O Museu das Amazônias nasce como um espaço dedicado às ciências e tecnologias amazônicas. Ele busca ser um espaço de encontro entre diferentes expressões — tradicionais, populares e contemporâneas —, promovendo o protagonismo das comunidades amazônicas e a valorização de suas identidades. Ao reunir exposições, ações educativas e experiências imersivas que refletem o modo de vida, as memórias e os desafios da região, o Museu das Amazônias contribui para ampliar a visibilidade da cultura amazônica e inserir Belém em um circuito cultural e científico de alcance nacional e internacional”, explicou Camila Costa, coordenadora de comunicação do espaço.
O museu conta com dois grandes espaços expositivos, de 950 m² e 500 m², além de loja, sala multiuso e sala educativa de 77 m². A sala multiuso dispõe de estrutura modular, recursos multimídia e capacidade para 130 pessoas sentadas. Cada ambiente foi concebido para abrigar programações que dialogam com sua própria estrutura, integrando ciência, arte e tecnologia em torno de temas que valorizam a história e a diversidade dos povos amazônidas.
“Além da consagrada exposição ‘Amazônia’, do fotógrafo Sebastião Salgado, os visitantes podem apreciar a mostra coletiva ‘Ajurí’, que reúne obras de artistas de diferentes regiões da Amazônia, explorando temas como identidade, território e natureza. O espaço também oferece visitas mediadas, atividades educativas, sessões interativas em ambientes multimídia e áreas de convivência que convidam à reflexão sobre as múltiplas Amazônias. O museu conta ainda com uma loja com produtos inspirados na cultura amazônica. Com essa combinação de arte, conhecimento e acolhimento, o Museu das Amazônias se consolida como uma das principais atrações culturais de Belém durante a festa do Círio”, pontua Camila Costa.
O local tem entrada é gratuita até fevereiro de 2026, mediante retirada de ingressos pela plataforma Sympla. O funcionamento é de quinta a terça, das 10h às 18h, com última entrada às 17h. Às quartas-feiras, o espaço é fechado para manutenção.
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