Nova identidade visual do Projeto Arte Pará visita o passado e traz um olhar para o futuro

Nina Farkas e Felipe Sabatini, sócios do estúdio Gabinete Gráfico, de São Paulo, assinam a logo da 40ª edição do evento

Bruna Lima
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Todos os anos se discute como será a identidade visual do Arte Pará, afinal é o abre-alas de cada edição. Mas nesta, a produção da logo ganhou um caráter especial, uma vez que se completam 40 anos de Arte Pará. A partir de um conjunto de elementos gráficos e visuais, a identidade visual dá a cara do projeto, fazendo com que o público se identifique com o evento, além de coerência para a comunicação. Ao longo de sua história, o Projeto Arte Pará sempre teve esse desafio de pensar em um signo de identificação para cada nova edição.  

Com um olhar no retrovisor e outro através dele, o novo projeto gráfico da dupla de designers Nina Farkas e Felipe Sabatini é marcado por cores amazônicas e formas orgânicas, que nascem de uma profunda pesquisa nos arquivos dos catálogos das edições anteriores.  Ora vistas de perto como janelas, ora de longe como tramas, as peças modulares da nova logo se apresentam de múltiplas formas, reforçando o caráter contemporâneo da mostra.

“As cores vibrantes que atuam como personagens dessa história, dão o tom necessário que a marca precisa para ser alegre, empática e generosa com o público”, pontua Nina Farkas. 

O processo de pesquisa do projeto de identidade começou a partir do encontro entre os designers com duas das curadoras-adjuntas do Projeto Arte Pará, Laura Rago e Roberta Maiorana. “Roberta nos contou a história do Arte Pará, a história da sua família e a relação deles com a arte em Belém do Pará. Nos debruçamos sobre os catálogos que já haviam sido feitos, que é bastante coisa, e ficamos encantados com o desenho da identidade da primeira edição, lá de 1982”, explicou Farkas.

Para os designers, o desenho que inaugurou o Arte Pará, na época conhecido como  Salão de Arte, tinha um elemento especial, que é o fato das letras terem sido desenhadas especialmente para a marca, ou seja, o nome em si já é o desenho.

“E esse desenho é muito bonito, marcante e delicado ao mesmo tempo. Portanto, em se tratando de uma edição comemorativa, pensamos então, partir para um caminho que conversava com os primeiros passos do Arte Pará, fazendo assim uma referência e homenagem ao que havia sido criado na primeira edição”, detalha Felipe Sabatini.

A ideia dos designers foi atualizar a identidade visual se apropriando do brutalismo tipográfico da marca original para construir caracteres modulares, que vão e vêm numa espécie de dança tipográfica, refletindo a história do que está sendo construído com relação ao movimento de arte na Amazônia. “A nova logo do Arte Pará nasce olhando para o passado, mas apontando para o futuro”, completa Nina.

A dupla diz que foi um grande desafio e responsabilidade pensar no sistema visual do maior projeto privado de arte contemporânea ininterrupto do país, realizado pela Fundação Romulo Maiorana. “Encaramos com muita atenção e cuidado, sempre pensando na melhor forma de vincular a comunicação da mostra à sua trajetória de profissionalismo e excelência. Em design, tudo comunica, ou seja, cada detalhe dessa identidade é pensada para funcionar em conjunto e em harmonia”, destaca Sabatini. 

Durante esse processo, tiveram também uma preocupação de valorização histórica do evento, por isso, a importância de tomar como ponto de partida a referência da primeira edição. Nessa identidade, passado e presente andam juntos, abrindo as portas para a 40ª edição.

O gabinete gráfico surgiu durante a pandemia, depois de cada um dos designers ter trabalhado por muitos anos em outros estúdios e, depois, como autônomos. Nina Farkas e Felipe Sabatini compartilhavam uma mesma questão: a solidão que a prática do trabalho exige.

Eles explicam que ao mesmo tempo em que o trabalho executado de forma individual dá uma certa independência, ele também impõe um limite criativo, que é o que a troca com outro profissional consegue expandir. 

“A gente sentia muita falta de ter essa troca criativa durante os processos de execução e de ter os nossos próprios limites expandidos pela parceria com o outro. Nós dois já tínhamos feito alguns projetos juntos e costumávamos ter conversas sobre práticas de trabalho. Numa dessas conversas resolvemos nos juntar, primeiro à distância, para desenvolver projetos que cada um trazia. Com o tempo, outros trabalhos foram surgindo, agora “endereçados” diretamente para o Gabinete Gráfico”, diz Nina. 

O estúdio tem grande parte de seus projetos focados no mercado cultural com uma múltipla atuação e desenvolvendo identidades visuais, projetos editoriais, sites, vídeos, ilustrações e sinalizações, que acontecem na troca com artistas, editores, programadores e outros profissionais que acrescentam à conversa.

SERVIÇO:

As inscrições vão até 16 de julho. Para acompanhar o regulamento é só acessar o link.

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