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Nova edição de ‘Memorial da Cabanagem', de Vicente Salles, sai pela Paka-Tatu, em Belém

Obra, a ser lançada nesta quinta (22), foi ampliada e mostra a perspectiva de estudo do historiador paraense, descrevendo o mosaico de interesses do Movimento Cabano

Eduardo Rocha
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No ano em que este movimento político paraense completa 190 anos de sua eclosão posicionando-se contra os dominadores portugueses no território amazônico/paraense, é relançado o livro “Memorial da Cabanagem - Esboço do pensamento político-revolucionário no Grão-Pará”, de autoria do historiador paraense Vicente Salles (1931-2013). A nova edição da obra chega aos leitores em capa dura e outros requintes nesta quinta-feira (22), das 17h às 20h na sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, na rua D´Aveiro Cidade-Irmã, no entorno da Praça Dom Pedro II, no bairro da Cidade Velha, centro histórico de Belém. 

Antes mesmo de ser lançado, o livro já gera expectativa entre os leitores, como a violinista e professora de Música, Marena Isdebski Salles, 86 anos, viúva de Vicente Salles. Ainda nessa terça-feira (20) à tarde, ela presenciou a chegada dos exemplares do livro na sede da Paka-Tatu, festejando muito essa etapa do projeto. Marena e Gustavo Fróes respondem pela organização da obra, cujo texto final foi dado por Paulo Maués Corrêa. Também estão curiosos para conferir na íntegra  a nova edição da obra os responsáveis pelas encomendas do livro já feitas à editora.

E não é para menos. Marena Salles conta que o lançamento dessa edição se dá no momento dos 190 anos da Cabanagem (1835-1840), e resulta de um trabalho dela e do assessor Gustavo Fróes feito desde 2021. Marena conta que a iniciativa é bancada por ela e Armando Alves Filho, gestor e editor geral da Paka-Tatu. Essa edição de luxo reúne 100 exemplares, em homenagem à Cabanagem, e, depois, vai sair os exemplares em brochura do livro. 

image Historiador Vicente Salles: legado à cultura em seus trabalhos relacionados à realidade amazônica (Foto: Lais Teixeira)

A primeira edição foi lançada em 1992 pela editora Cejup, e, em 1993, Vicente Salles recebeu o prêmio da Academia Brasileira de Letras por essa obra. O livro deveria ter saído bem antes, em 1985, mas as editoras não o viam como de grande interesse, como conta Marena. Após o comentário de um historiador inglês enaltecendo o trabalho de Vicente, a obra foi publicada em 1992. Na nova edição, entrou uma bibliografia da história da Cabanagem  no Pará, a conselho, inclusive, de Magda Ricci, que faz o prefácio do livro a ser lançado nesta quinta (22).

Ideias e fatos

“O modo como Vicente estruturou o livro é muito interessante. Primeiro, ele pegou a Revolução Francesa que por meio de Caiena chegou ao Pará, propagando-se entre os habitantes da região”, ressalta Marena. “Eu estou muito feliz com esse ‘novo filho’ “, destacou Marena Salles, com um dos exemplares do livro a ser lançado nesta quinta (22).

Para o professor Armando Alves Filho, trata-se de “uma obra extraordinária, de grande importância para a historiografia da Cabanagem, é um clássico. A primeira edição já estava esgotada e apresentava alguns problemas de ordem gráfica, e a Marena Salles vem resgatando o trabalho do Vicente. Então, com ela, nós conseguimos fazer um trabalho aprimorado, mediante o envolvimento do professor Paulo Maués Corrêa”, destaca Armando Alves.

“Originalmente, o estudo da Cabanagem era feito por meio do olhar da elite. Havia também uma visão de que o Movimento era uniforme, mas a Cabanagem foi constituída por diversas correntes, diversos segmentos da sociedade”, ressalta Armando, observando que se tinha a ideia de que somente pessoas pobres envolveram-se no processo revolucionário. “O Movimento da Cabanagem foi constituído de um mosaico de interesses de setores da sociedade”, acrescenta o professor.

A Cabanagem correspondeu a um movimento social de reação a uma dominação portuguesa e teve diversos componentes, entre negros escravizados, indígenas e proprietários locais que não aceitavam essa situação. Após o lançamento, o livro poderá ser adquirido no site da Paka-Tatu ou na própria sede da editora, na rua Bernal do Couto, 785, entre Dom Romualdo de Seixas e Generalíssimo Deodoro, no bairro do Umarizal.

 

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