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Músicos paraenses exaltam o disco Expresso 2222, de Gilberto Gil, que completou 50 anos em 2022

Renato Torres e Olivar Barreto destacam as particularidades do álbum do compositor

Abílio Dantas
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O ano de 2022 trouxe marcos para a música brasileira, com o falecimento de grandes ídolos, como Gal Costa e Erasmo Carlos, e aniversários emblemáticos de álbuns que fizeram história na cultura popular. É o caso do disco Expresso 2222 de Gilberto Gil, gravado em 1972, que completou 50 anos em julho deste ano.

Após cinco décadas, a obra continua gerando curiosidade, pesquisas e reverência por parte dos músicos, como é o caso dos paraenses Olivar Barreto e Renato Torres, que possuem em seus repertórios de apresentação o show Gil Luminoso, no qual são apresentadas somente canções do compositor baiano. O espetáculo de Olivar e Renato foi criado em 2019, mas continua sendo apresentado pelos artistas sempre que solicitado por contratantes.

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Para Renato Torres, o disco Expresso 2222 é resultado de uma “explosão de ideias” ocorrida na criatividade de Gilberto Gil, que tem como origem o movimento artístico da Tropicália, com a busca de um cancioneiro que tivesse uma identidade brasileira e universal. “Ainda que o disco traga uma presença muito forte de guitarra, o violão do Gil é o que resume todo o caldeirão de influência, que inicia com a linha evolutiva do violão brasileiro que vem de Baden Powell, com os afro-sambas, e encontra os violeiros do sertão baiano de onde vem o Gil. É uma mistura de riff de guitarra com o ponteado do violão brasileiro”, analisa o cantor e compositor.

O disco foi o primeiro de Gilberto Gil após o exílio, imposto pela Ditadura Militar, em Londres, onde morou de 1969 e 1971, com o parceiro e amigo Caetano Veloso. “Evidente que o exílio afetou a música do Gil, mas eu acho, sinceramente, que tudo que ele viu no exílio ele já sabia, ela talvez apenas confirmou. Os artistas da Tropicália já estavam interessados no que estava acontecendo no mundo, nas vanguardas. A passagem dos anos 60 para os 70 foi um período muito especial do mundo, em que estava acontecendo muita coisa interessante, em vários lugares. Mas acredito que o Brasil tem muito mais impacto no som do disco do que o som de Londres. O disco já começa com ‘Pipoca Moderna’, com a Banda de Pífanos de Caruaru, que é uma música muito brasileira”, avalia.

Para o cantor Olivar Barreto, a principal característica do disco é a mistura de gêneros presente nas faixas, ainda incomum na época. “Essa inovação que pode ser vista em outros trabalhos, tem muito do que o tropicalismo assinava e está na gênese do que a gente reconhece como MPB. Acho ainda que Expresso 2222 é o primeiro experimento do que o Gil mostraria ao longo de sua carreira, se reinventando a cada trabalho, sempre genial e multifacetado”, destaca o intérprete.

O show ‘Gil Luminoso’ com Renato Torres é, assim como a obra do Gil, atemporal. Só precisa de convites para voltar aos palcos”, conclui Olivar, revelando as músicas que considera mais emblemáticas do disco: Oriente e Expresso 2222.

Livro

Em referência ao disco, a escritora Ana Oliveira lançou o livro-objeto Expresso 2222, lançado pela editora Iya Omin. Entre outros materiais, a obra se baseou em uma pesquisa desenvolvida pelo professor Pedro Henrique Varoni de Carvalho, do Departamento de Letras (DL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

A autora entrevistou Gilberto Gil sobre as lembranças do álbum e reuniu artistas, intelectuais e jornalistas que reinterpretam, faixa a faixa, o disco, que nasceu das influências do pop rock e da música brasileira tradicional.

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