Poema raro de Cazuza será apresentado em live show nesta terça-feira (16)

Programação, com Rogério Flausino e Wilson Sideral, traz clássicos da carreira do artista que, em 2020, completa 30 anos de falecimento

Ana Carolina Matos
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São quase 30 anos sem a presença física de Cazuza. O que, em uma rápida reflexão, parece inacreditável. Até hoje, o artista permanece assiduamente como um dos músicos de maior relevância na história musical brasileira, cirurgicamente crítico e imortalizado com a jovem aparência que ainda tinha pouco antes de morrer, naquele dia 7 de julho de 1990. Nesta terça-feira (16), um poema que o cantor e compositor nunca chegou a gravar será apresentado aos fãs em uma live intitulada "Momento Raro", recheada de clássicos do artista e que será apresentada por Rogério Flausino e Wilson Sideral. A transmissão ocorre por meio do Youtube e Facebook.

Os versos, que foram guardados por muitos anos pela mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, ajudam a dar voz para um tema que precisa sair do desconhecimento: as doenças raras, que afetam até 13 milhões de brasileiros. Iniciativa da Pfizer em parceria com a Associação Brasileira de Paramiloidose (Abpar), o Instituto Lado a Lado Pela Vida e a Academia Brasileira de Neurologia (ABN), a programação é realizada no Dia da Conscientização das Amiloidoses, enfermidade que causa um acúmulo de proteína amiloide no coração, nos rins, no fígado ou em outros órgãos.

Mesmo depois de ter deixado o plano terrestre, a genialidade do artista continua presente. Músicas de Cazuza, que trazem como tônica fortes críticas sociais - a exemplo de "Brasil", do álbum Ideologia de 1988 e a famosa "O Tempo Não Para", que integra o disco com o mesmo nome da canção, de 1988 - parecem ter sido compostas semana passada, por ainda se encaixarem perfeitamente no contexto social brasileiro, mais de três décadas depois do lançamento.

Outras canções, que abordam relacionamentos românticos, como "Exagerado", do álbum homônimo de 1985, "O Nosso Amor a Gente Inventa", do disco Só se for a 2, de 1987 e "Minha flor, meu Bebê", do Ideologia, de 1988, continuam embalando amores, dores e lembranças por todo o país.

Visionário e irreverente, Cazuza é ídolo de uma geração que não o conheceu em vida. Fãs que ainda não haviam nem nascido quando o artista morreu têm uma verdadeira devoção pelo trabalho do músico. É o caso da biomédica Alene Quadros, de 27 anos. A jovem conta que começou a acompanhar o trabalho do cantor quando tinha entre 11 e 12 anos. "Lembro bem porque é aquela típica fase início da adolescência e rebelde sem causa", diz em tom descontraído. "Comecei a escutar mais rock nacional por influência do meu irmão e isso inclui o Barão Vermelho", inicia.

Foi, entretanto, o drama musical "Cazuza - O tempo não Pára", de 2004, que fez com que Alene se interessasse mais pela obra do músico. "Antes apenas o via como cantor de rock, mas a transformação da sua música quando ele saiu do Barão Vermelho pra seguir carreira solo foi o que exalou a sua poesia, toda a criatividade, a sua concepção de mundo, sociedade e brevidade da vida", avalia.

O administrador de empresas Marco Dias, de 35 anos, era muito pequeno quando o artista faleceu. Auto-intitulado roqueiro nas horas vagas, ele conta que começou a se interessar por Cazuza e o indissociável grupo Barão Vermelho - grupo que Cazuza integrou até 1985 - a partir de 2003 por conta dos primeiros passos na música. "Comecei a tocar violão e claro, que como todo roqueiro, comecei a vasculhar o trabalho de artistas que são mais próximos", explica.

Marco conta que as próprias composições tiveram influências diretas do estilo musical propagado por estes artistas da década de 1980. "Barão Vermelho, Cazuza e Frejat influenciaram muito no meu estilo de tocar e compor. Eu compunha algumas coisas baseadas na rebeldia, liberdade, e conscientização, que é o que o Cazuza transmitia... Ele foi muito importante pro rock'n'roll brasileiro e todo roqueiro que é roqueiro gosta de ouvir as letras, tenta fazer algo parecido e mantém essa energia e garra viva dentro de si", conclui.

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