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Nazaré Pereira e Márcio Macêdo cantam Luiz Gonzaga e ritmos amazônicos

Os artistas de diferentes gerações se encontram no gosto musical.

Enize Vidigal
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Nazaré Pereira e Márcio Macêdo dividem o palco nas noites da sexta-feira e do sábado, 19 e 20, “Natureza” que será apresentado dentro do projeto “Canta Namata”, da Casa Namata, sempre a partir das 21h. O repertório é norteado por músicas dos dois artistas sobre a Amazônia. A culminância será uma homenagem a Luiz Gonzaga, com quem a compositora de “Xapuri do Amazonas” dividiu uma composição e produziu shows no passado, na Europa.

“Eu vou começar com a música chamada ‘Natureza’, que fala sobre a Amazônia”, inicia Nazaré, referindo-se a canção de própria autoria que dá título ao seu álbum de 1980. O repertório prossegue com 18 canções, entre músicas dela e de Márcio, e culmina com os clássicos do Rei do Baião: como “Clarão de Lua”, “Bandeira do Lugar”, “Terra Morena”, “Adeus Candiá”, “Negro Sol” e “Flores no Salão”, em que os dois artistas cantam sozinhos e também em dueto, como em “Sabiá” e “E Lá vou eu”, entre outras.

O setlist inclui a faixa “Acre Doce”, cuja letra de Nazaré ganhou a melodia de Gonzaga. “Também vou cantar uma música que fiz para ele: ‘Seu Luiz, Seu Luiz estou cantando o seu baião cá em Paris’”, acrescenta. “É o repertório de um show sonhado”, resume a artista. O espetáculo terá as participações de Davi Amorim (guitarra) e Rafael Barros (percussão).

Márcio e Nazaré fazem show juntos pela primeira vez. Eles se conheceram no tradicional Festival da Canção de Ourém, em 2008, em que ela era jurada e ele concorreu e saiu vencedor do concurso. “Eu gosto muito do trabalho do Márcio Macêdo, das músicas, da voz, da maneira como ele interpreta”, revela. “Ele foi o último a se apresentar no festival, quando ele começou a cantar, as cabeças das pessoas foram levantando, todo mundo prestando atenção ficando de boca aberta, todo mundo foi dando (nota) 10, eu também, e quando ele terminou eu fui logo falar com ele, nasceu uma amizade maravilhosa”, conta Nazaré, que classifica o parceiro de espetáculo como um dos “gênios” da música paraense.

image Márcio Macêdo e Nazaré Pereira (Laís Feitosa/ Divulgação)

 

Encontro musical

Márcio Macêdo também recorda o primeiro encontro com Nazaré Pereira: “Ela veio falar comigo, dizer que a minha música era linda, que ela se arrepiou e, a partir daí, a gente começou a se encontrar esporadicamente, surgiu uma amizade, trabalhamos algumas coisas juntos, mas não lado a lado. Ela tem uma afinidade com a música brasileira com o pé nas raízes, assim como eu. É provável que ela tenha sido uma das inspirações da minha carreira, da formação do meu gosto musical. Eu tenho todo esse envolvimento com as tradições com a música mais purista desse repertório brasileiro”.

“Tenho adoração pelo trabalho dela, que é lindo. Sempre escutei Nazaré Pereira, é uma referência pra mim e pra muita gente, referência da música da Amazônia”, acrescenta o cantor. A paixão dos artistas regionais pela obra de Luiz Gonzaga foi uma descoberta feliz entre eles, que culminou com o plano de fazer um show.

“Meu pai é paraibano, passei a infância e a juventude ouvindo muito a música nordestina. Luiz Gonzaga pra mim é um mito, ele é um dos pilares da música brasileira”, revela o artista. Quando Márcio soube que Nazaré Pereira fez show com o Rei do Baião e o recebeu em Paris, se interessou em falar do assunto com ela: “Eu contei que já tinha feito um show com músicas dele. Ela disse: ‘Não brinca. Vamos fazer um show (juntos)’”, conta.

“Resolvemos não só cantar Luiz Gonzaga, mas coisas do coração da gente. A maioria das músicas escolhemos do repertório dela, coisas que acho lindas e que ela tá com muita vontade de cantar, algumas que ela já gravou faz tempo. Tem músicas minhas também, como o lundu ‘Negro Sol’, que extrapolou as fronteiras do estado do Pará”.

Planos de carreira

Atualmente, Nazaré Pereira prepara o novo EP intitulado “Xapuri Pará Paris”, com músicas novas, acompanhado de videoclipe. O título se deve ao fato da artista ter nascido na cidade do Xapuri, no Acre, ter crescido no distrito de Icoaraci, em Belém do Pará, onde a família dela ainda reside, e depois ter se mudado para Paris, onde mantém residência fixa há anos. Nazaré retorna à capital francesa no próximo dia 23, onde fará apresentações, mas planeja retornar a Belém em dezembro.

Márcio Macêdo se dedica também à produção na área musical, após ter participado de festivais de música pelo Brasil, nos anos 90. “Tive uma pausa (como cantor). Lancei no ano passado o primeiro EP de seis músicas, ‘Mar Adentro’, que está nas plataformas. Decidi dar voz a esse lado que está calado, estressado para sair, que é a minha faceta musical que carrego desde criança”, revela. Ele está com composições novas, muitas delas feitas durante a pandemia e, algumas em parceria com Ronaldo Silva (Arraial do Pavulagem). “Pretendo consolidar o meu repertório, devo gravar mais coisas em 2022”.

Agende-se:

Show Nazaré Pereira e Márcio Macêdo

Dias: Sexta-feira e sábado, 19 e 20

Hora: 21h

Local: Casa Namata (Av. Conselho Furtado, 297, Batista Campos)

Ingressos a R$ 40 e R$ 60 à venda no site eventbrite.com.br e no local, no dia do show.

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