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Daniela Mercury volta a Belém no Festival Psica com o álbum novo, 'Baiana'

A cantora traz repertório com grandes sucessos da carreira e canção de Dona Onete

Abilio Dantas

Foi ostentando sua arte regional que ela fez e continua a fazer sucesso no mundo. É o que afirma sobre o próprio trabalho Daniela Mercury, que apresenta neste domingo (18), em Belém, um show com novas canções e sucessos da carreira na 10ª edição do Festival Psica, no Espaço Náutico Marine Club.

Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, a artista falou sobre seu novo álbum, “Baiana”, sobre a relação com Belém e com artistas paraenses, além dos significados de sua vinda ao Psica, e da felicidade de conhecer "uma turma que produz arte periférica”.

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Olá, Daniela. Você virá a Belém para participar do Festival Psica. Quais são as principais lembranças que possui da cidade e do povo paraense?

Sempre que penso em Belém lembro da arquitetura colonial portuguesa, que eu amo, da praça da República, dos rios que rodeiam a cidade e me fazem sentir na Amazônia.

Lembro do Theatro da Paz, do Mercado do Ver-o-Peso, dos ritmos da região, como carimbó, sirimbó, do tecnobrega, e das aparelhagens, guitarradas e lambadas que eu adoro. Lembro também da cultura e do artesanato indígenas, do colorido das casas, dos barcos e do Círio de Nazaré.

Você vê semelhanças entre a cultura popular da Bahia e do Pará?

Sim. Há muitas semelhanças porque o Norte é influenciado pela cultura nordestina e o Nordeste pela cultura do norte. A música baiana se tornou nacional e muito executada em todo o Brasil, e a música do Norte também ficou famosa nacionalmente. Temos também em comum a arquitetura portuguesa colonial, festas populares como as festas juninas. Eu, por exemplo, gosto muito das músicas do Arraial do Pavulagem, e adoro os ritmos e vários artistas de Belém.

Você gravou a canção “Banzeiro”, de Dona Onete. Além da rainha do Carimbó Chamegado, que outros artistas do Pará você acompanha? O que chama atenção na música deles?

Dona Onete é o máximo. Amo sua musicalidade, suas músicas tão espontâneas, rítmicas, alegres e cheias de novidades do Norte para nós do resto do Brasil. Canto Banzeiro explicando o sentido dos termos, das palavras e isso é genial.

Também gosto de outros queridos artistas de Belém como Gaby Amarantos, Felipe Cordeiro, Keila Gentil e outros. O que me chama a atenção neles é a voz, o talento, os ritmos, arranjos, letras que trazem muitas particularidades, as instrumentações, os temas, o vocabulário, o sotaque, a cultura e os costumes da região. É uma música muito alegre, dançante, diversa, rica e muito original e singular.

Como será o show que você está preparando para o Festival Psica?

O show será uma adaptação da apresentação que estreei em Portugal do álbum novo “Baiana”. Falo adaptação porque esse show tem 2h25 de duração e no festival teremos 1h30. O meu show é muito dançante e rítmico. Vou com a banda completa e os bailarinos. Do novo álbum estão no repertório as músicas “Mulheres do Mundo”, “Baiana”, “Soteropolitanamente na Moral” e “Bombinha”. Vou cantar também “Banzeiro”, “Nobre Vagabundo”, “As Rendas do Mar”, “O Mais Belo do Belos”, “Ilê Pérola Negra” versão eletrônica. “O Canto da Cidade”, “Oyá Por Nós”, “Rainha do Axé” e muito outros grandes sucessos do meu repertório. Se preparem para dançar e para ver nos telões obras de arte de J. Cunha, Jeane Terra e Iuri Sarmento.

Além de artista, você é defensora de diversas causas sociais importantes, como os direitos da população LGBTQIA +. Como é conciliar os compromissos da carreira com os compromissos da cidadã Daniela Mercury?

Eu preciso de causas para cantar e para viver. Esses últimos anos me dediquei prioritariamente ao trabalho no Observatório de Direitos Humanos do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e à luta para salvar a democracia contra o autoritarismo crescente e o movimento antidemocrático da ultradireita supremacista que tem crescido no Brasil e no mundo. Decido minha agenda de acordo com o momento. Escolho como vou lutar, se no palco, nas redes, nas ruas, fazendo manifestos, cartas, atos, álbuns ou mobilizando a mídia e as instituições democráticas. Nesses últimos anos tudo isso foi necessário para chegarmos onde chegamos. O que aprendi é que temos que nos mobilizar e trabalhar pela coletividade, senão não atingiremos nossos objetivos democráticos. Não há como viver sem confrontar a barbárie, a desigualdade social, a fome, a miséria, a discriminação e a violência. A minha arte só existe se ligada às questões do meu tempo, do meu país, da minha gente e da humanidade. A minha arte tem os mesmos propósitos que eu.

Qual é a diferença de se apresentar em festivais, em comparação com outros formatos de show?

Os festivais nos aproximam de artistas de outras gerações e de gêneros distintos. Adoro os festivais, pois tenho a chance de conhecer novos talentos, linguagens e nesse caso do Psica conhecer uma turma que produz arte periférica. Para sair da periferia e ir para o centro é necessário muito esforço e determinação, mas é possível. Minha arte é nordestina, tem sotaque, é baseada no folclore e é originalmente periférica. E foi assim, ostentando minha arte regional, que fiz e continuo a fazer sucesso no mundo. Estou muito feliz de estar com vocês. Com certeza sairei renovada e cheia de motivação para cantar e lutar mais!

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