Cantora paraense Elma Maués se prepara para lançamento de EP em sua carreira solo

As dificuldades enfrentadas no último ano, em decorrência de uma pandemia que pegou a todos de surpresa, forçaram muita gente a se reinventar - sobretudo, a classe artística, uma das mais afetadas pelas implicações de um vírus que parou o mundo. Nesse contexto, Elma Maués foi uma das profissionais da música que resolveu dar uma guinada em sua vida e alçar novos voos, saindo da formação de uma banda e se lançando como cantora em carreira solo.

Elma começou a cantar lá pelos 12 anos de idade, em um arranjo musical chamado de “esquema”. “Era o eletro-ritmo, teclado e voz, mas não era profissionalmente. Eu fazia alguns eventos, aniversários, mas a profissionalização só veio mesmo lá pelos meus 17 anos”, conta Elma, que no fim de sua adolescência, entrou para a formação banda Sabor Açaí e começou a fazer parte de vez da cena musical paraense. 

Aos 36 anos e depois desses mais de vinte anos de estrada, ela resolveu sair da banda Pérola Negra, o último projeto em que ela tocou com um grupo, e lançou um CD ao vivo, onde apresenta seu trabalho como artista solo, em novembro do ano passado. “O meu foco é o ritmo paraense, brega marcante, brega pop, calypso, e é nisso que meu repertório foca, mas eu faço de tudo um pouco. Tenho a música não só como uma paixão, mas principalmente como profissão”, explica. Natural de Abaetetuba, tem como forte referência musical bandas paraenses como Fruta Quente e Xeiro Verde, além da admiração no trabalho de grandes cantoras como Marisa Monte, Adriana Calcanhoto e Maria Bethânia. 

Segundo a artista, a pandemia teve muita influência nessa decisão de investir em uma carreira própria, já que esse modelo de trabalho permite que ela seja mais independente. Além disso, o coronavírus fez com que a cantora buscasse outras formas de se sustentar além da música. Hoje em dia, ela fica mais em Abaetetuba, e só vem para Belém em eventos esporádicos e, por isso, a aposta na carreira musical solo gera muita expectativa. 

“Até porque [a pandemia] afetou muito a classe musical de uma maneira geral. Os nossos projetos pararam todos, praticamente. A maior parte dos nossos trabalhos era em lugares como festivais, grandes eventos, e tudo isso parou. Por enquanto, estamos fazendo eventos fechados”, explica Elma, que adiantou um dos próximos passos nessa carreira: “Eu tô com alguns pensamentos, algo que tô pensando muito em fazer, que é me inscrever no The Voice. Mas antes disso, tem toda uma preparação”, adianta a cantora.

Enquanto as cadeiras do reality show não viram, Elma Maués prepara um EP com cinco canções, próximo trabalho após o CD ao vivo. No primeiro projeto, ela apresentava o que sabia fazer com canções de brega e outros ritmos paraenses, enquanto que o objetivo dessa nova gravação é lançar um trabalho autoral. “Se tudo der certo, eu acredito até início de março esteja pronto”, diz Elma, que também prepara a gravação de um videoclipe para mostrar a voz da mulher paraense que não desiste de seus sonhos.