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Brega funk: gênero que nasceu em Recife domina as paradas do país

Estilo musical vem se mostrando um dos favoritos também do público paraense

Lucas Costa
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Se o tecnobrega tem raízes indiscutivelmente paraenses, outra variação do gênero tem origens no estado de Pernambuco. Com batidas características aliadas a uma coreografia simples, o brega funk é, sem dúvida, um dos gêneros que mais tem ganhado projeção nos últimos meses. Com diversos hits e artistas, que colecionam milhões de execuções nas plataformas de música, o gênero é um dos mais cotados para marcar o carnaval deste ano.

Recife sempre foi a casa do brega funk, conhecido por lá apenas como brega. Tratava-se de um dos ritmos favoritos da população local, com pouca projeção no cenário brasileiro. As batidas então ganharam o país pela primeira vez por conta de uma certa piada: um videoclipe produzido por três amigas.

Mc Loma e as Gêmeas Lacração apareceram no mundo da música em janeiro de 2018, com um vídeo caseiro, mas com uma música que tinha tudo para se tornar um dos hits do carnaval daquele ano; e se tornou. O clipe de “Envolvimento” virou meme por todas as redes sociais por conta da narrativa divertida, efeitos baratos e maquiagens neon bastante pesadas. 

O vídeo original soma mais de 50 milhões de visualizações no YouTube atualmente, nada comparado ao remake feito pelo canal KondZilla, que trouxe a narrativa das garotas para uma produção luxuosa em um relançamento do vídeo. Já são mais de 270 milhões de visualizações na plataforma.

Desde lá, o gênero sofreu algumas adaptações para atender uma necessidade de mercado, foi também quando passou a ser chamado brega funk, devido a inclusão de elementos característicos do gênero carioca, atualmente em alta por conta do 150 BPM. Em 2019, o Spotify apontou que a playlist de brega funk da plataforma havia crescido 145% ao longo do ano. O serviço também produziu um documentário sobre o gênero.

Ritmo agressivo que fluiu

Desde Mc Loma o brega funk só cresceu, e também trouxe novos nomes do Recife para brilhar em uma cena musical nacional. Um desses é JS O Mão de Ouro, produtor que assina alguns dos maiores hits da atualidade.

No ano passado ele chamou Felipe Original para um remix de “Evoluiu”, de Kevin O Chris. Eles criaram então “Hit Contagiante”, atualmente com quase 100 milhões de plays no Spotify. A música também ganhou as redes sociais em um desafio de maquiagem, o #EvoluiuChallenge.

Desde lá já foram muitas as empreitadas de JS, e a mais recente delas também tem um pingo de referência da internet, e promete ser um dos hits do carnaval. “Cabelo ok, marquinha ok, sobrancelha ok, a unha tá ok. Brota no bailão pro desespero do teu ex”: a fórmula do sucesso tem na combinação um letra com memes da internet e as batidas brega funk. A parceria de JS, Thiaguinho MT e Mila se aproxima dos 90 milhões de visualizações no Youtube apenas três meses após seu lançamento.

Como já dito, não é dos dias de hoje que o brega funk vem ganhando espaço. No Pará, inclusive, junto ao tecnobrega e funk, o novo gênero é um dos mais pedidos em festas. O DJ Bateus, um dos residentes em uma casa de shows da cidade, conta que agora é essencial ter os hits do gênero no repertório.

“A demanda nasce mais com o consumo, e as pessoas consomem muito esse tipo de música porque são bem dançantes e tem coreografia. Basicamente tudo o que tem coreografia pega muito; as pessoas querem que toque nas festas porque elas querem fazer a coreografia que aprenderam no Fitdance”, explica Bateus.

Mesmo com a forte presença do brega funk, o DJ defende que as coreografias são algo essencial para o sucesso das músicas nas pistas, isso justifica também a quantidade de funk paulistano consumido por aqui, segundo Bateus, todos com coreografias disponíveis na internet.

“Se eu pegar um brega funk bem raiz lá do Recife, as pessoas não vão gostar tanto se elas não souberem a coreografia. Pode ser uma música super dançante, com uma produção incrível, uma batida maravilhosa; mas se não tiver coreografia a galera não vai dar muito valor. Mas se tem aquela do Fitdance, na hora todo mundo ama e faz exatamente como é”, diz. 

As batidas do brega funk também trazem aliada uma coreografia simples: a sarrada (batidas com as duas mãos na altura do próprio quadril). São três batidas graves, seguidas de três mais rápidas; em cada uma delas uma sarrada.

Atualmente o brega funk deixou de ser domínio apenas de artistas pernambucanos. Remixes com “versão brega funk” também se tornaram praticamente obrigatórios para artistas do front do pop e funk nacional. A música “Contatinho”, parceria de Léo Santana e Anitta, por exemplo, traz características do brega funk em algumas de suas transições. Um dos sucessos mais recentes de Pabllo Vittar, “Amor de Que”, também ganhou recentemente um remix em brega funk, com Thiaguinho MT e JS O Mão de Ouro.

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