Musa de futebol e neta de miss estão entre as concorrentes do Concurso Miss Plus Size Nacional

A final da seletiva acontece nesta terça-feira, no Rio de Janeiro

Painah Silva
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O que já foi por muito tempo lugar reservado somente a pessoas magras, agora passa por uma tranformação e as passarelas abrem espaço para modelos plus size. Nesta terça-feira (8), às 20h, acontece a final do Concurso Miss Plus Size Nacional 2022, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Dentre as 22 participantes estão mulheres de vários estados brasileiros.

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Segundo o portal G1, o compromisso principal do evento é com o combate à gordofobia sofrida por muitas das participantes, como é o caso da carioca Paloma Santos, de 24 anos. Segundo ela, o preconceito sofrido aconteceu na escola e dentro da própria família. 

"Na minha adolescência, fiz dieta e fui a médico para emagrecer, porque não aguentava mais ser chamada de 'meio quilo de peito', por ter busto grande, ou de 'baleia'. Era a única gordinha entre as amigas e primas. Chegou um momento em que o bullying era tanto, que minha mãe teve que me trocar três vezes de escola", lembra a finalista do concurso.

Já para Jaqueline Jeanelli, de 43 anos, até a maternidade a foi negada devido ao seu peso. "Sempre fui gordinha e, aos 31 anos, recebi o diagnóstico de que não poderia engravidar por causa da obesidade. Pesava 130kg na época. Fiz cirurgia bariátrica, perdi quase 60kg, mas a gravidez não aconteceu, pois o problema não era obesidade, e sim trompas obstruídas", conta ela.

Após o episódio, ela teve crises de depressão e ansiedade, e acabou recuperando o peso perdido. O que ela não esperava era que a gravidez aconteceria 4 anos depois, de forma natural. Atualmente, ela é mãe de gêmeos. "Não faço apologia à obesidade, mas é preciso dar voz e entender melhor as pessoas gordas", diz ela.

Musa de futebol

Nascida em Mato Grosso, Tainá de Andrade, de 26 anos, sempre esteve na luta com a balança até conseguir reverter a situação. Há 4 anos, a jovem ganhou o título de "A Gordinha mais bela" da cidade de Sinop. Após isso, ela emagreceu e se tornou musa do time de futebol local. Segundo Tainá, antes ela não acreditava nessa possibilidade. 

"Meu objetivo não é ostentar a beleza com cirurgia plástica, mas minha autoestima e meu corpo que me possibilitam competir em concurso com diversidade. As pessoas não acreditavam no potencial de uma 'ex-gorda'. Hoje, me olho no espelho e vejo tudo que sempre quis ser", afirma. 

É de família

A jovem de 17 anos, Giovanna Fulginiti têm no sangue o talento para as passarelas. A mãe e a avó da gaúcha já foram misses. A primeira em 2017, como miss plus size 2017 no estado, e a segunda como miss da cidade de Gaurama, localizada no Rio Grande do Sul. Por entender a importancia da autoaceitação, desde criança Giovanna não deixava passar quando alguém era gordofóbico com ela.

"Quando criança sofri muito bullying no condomínio em que moro. Minha mãe subia nas tamancas, brigando por mim , quando eu era tirada dos brinquedos por adultos gordofóbicos, que diziam que adolescentes de 12 anos não podiam brincar, mas eu só tinha 6 anos. Já vi olhares tortos, denúncia em aplicativos do condomínio, tudo porque eu era grande e me confundiam com adolescente. Minha mãe ficava igual a um pitbull tentando me proteger e me ensinando a me defender", diz ela, que garante ter aprendido direitinho. Meu avô era o meu incentivador e dizia que eu ia ser 'Miss Mundo', 'Miss Brasil'. Mas o resto da família me chamava de porquinha", conta.

Giovanna ainda conta que foi através da categoria na qual concorre é que ela conseguiu participar. "O meu corpo não possibilitava que eu fosse Miss Brasil, por não ser magra, nem Plus Size, por não ser mais gorda, mas com a categoria curvy, me encaixo", diz.

Categorias

O Miss Plus Size Nacional inclui quatro categorias, entre elas estão:

- Curvy (manequim 40 a 44);

- Plus (manequim 46 a 54),

- G+ (manequim acima do 56);

- Master (mulheres acima dos 40 anos).

(*Estagiária Painah Silva, sob supervisão do Coordenador de Conteúdo de Cultura, Abílio Dantas)

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