Mostra Cine Caeté encerra neste sábado na Casa das Artes, em Belém
Serão exibidos os filmes “Katu, nós somos o povo Ka´apor” e “Andiroba”

A Mostra Cine Caeté, contemplada com o Prêmio Mergulho 2023, chegou à Casa das Artes, em Belém, sexta-feira, 20, e encerra sua programação neste sábado, 21, com exibição de filmes a partir das 19h, com entrada franca. Hoje serão exibidos os curtas-metragens “Katu, nós somos o povo Ka’apor”, de Alessandro Campos, que mostra a cultura e o cotidiano desta etnia indígena; e “Andiroba”, de Luiz Saraiva, Jessica Leite e Paulo Oeiras, que mostra a extração da andiroba e os conhecimentos ancestrais relacionadas a ela.
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“É uma programação menor, com filmes a noite e bate-papo pós-exibição. O primeiro dia teve filmes voltados para a luta pelo território, tendo as mulheres à frente; e no sábado terá filmes e bate-papo acerca do cinema indígena”, adianta o cineasta San Marcelo, coordenador da mostra e co-fundador da Sapucaia Filmes, produtora que organiza a Mostra, com direção executiva de Cecília Nascimento.
O tema da roda conversa será “Narrativas Afro-indígenas no Cinema” com os diretores dos filmes e a mediação de Larissa Farias, pesquisadora de temáticas indígenas.
Também serão exibidos hoje, pela primeira vez, dois filmes produzidos por crianças durante as oficinas de iniciação audiovisual oferecidas pela Mostra Cine Caeté em sua passagem pelas comunidades da Vila dos Pescadores de Ajuruteua, em Bragança, no final do mês setembro, e do Assentamento 17 de Abril, em Eldorado dos Carajás, no final de semana passado. Os dois retratam realidades locais.
“A ideia não era formar documentaristas, cineastas, ali foi um momento de provocar aquela criança em se interessar mais, colocar aquilo como um foco ou propósito. Porque eu vejo isso por uma experiência própria. Acho que não vivenciei isso quando criança, mas na adolescência participei de oficinas que me proporcionaram uma experiência inicial no audiovisual e que eu disse: ‘é isso mesmo que eu quero fazer’”, comenta San Marcelo.
A programação na Casa das Artes também marca o fim da circulação da Mostra, que o cineasta deseja transformar no pontapé inicial para um projeto maior: a criação de um cinema de rua para Bragança. “É um sonho transformar o Cine Caeté num espaço de exibição fixo, porém um projeto ainda a longo prazo. O que me motiva é que Bragança já teve, durante sua existência, em torno de cinco salas, e a última fechou no início dos anos 1990, e de lá para cá, não mais teve nenhuma sala de exibição”.
San Marcelo explica que a realidade desde então foi apenas de mostras itinerantes que visitam a cidade ou festivais locais. “Então assim, a gente consegue ter um acesso, mas periódicos e pontuais, e a ideia do Cine Caeté em se transformar em algo fixo é ter um local de exibição para filmes fora do circuito comercial. E ter um cinema acessível, que pudesse trazer as escolas. Hoje você consegue fazer muitas produções, cada uma a seu estilo, e às vezes não tem onde exibir, então isso também seria uma janela em Bragança. A ideia é que depois de mais de 30 anos sem uma sala de cinema, a gente possa ter, simples, mas que exiba materiais de qualidade, permitindo essa experiência para as pessoas”, projeta.
SERVIÇO
Mostra Cine Caeté
Quando: Hoje, 21, às 19h.
Onde: Casa das Artes (Rua Dom Alberto Gaudêncio Ramos, 236, ao lado da Basílica - Nazaré)
Quanto: Gratuito.
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