Minissérie ‘Pssica’ repercute nas redes, divide opiniões e chega até ao Senado, mostra pesquisa
Entre orgulho e críticas, a minissérie da Netflix, baseada no livro de Edyr Augusto, repercutiu nas redes sociais e foi analisada pelo publicitário paraense José Calasanz Jr. Veja os principais resultados!

A minissérie “Pssica”, da Netflix, ambientada na Amazônia e baseada no livro homônimo de Edyr Augusto, não só movimentou o público com sua trama densa e marcada por violência e dramas sociais, como também foi objeto de uma análise detalhada de social listening conduzida pelo publicitário paraense José Calasanz Jr.
A pesquisa, realizada entre 16 de agosto e 20 de setembro de 2025, monitorou 4.286 menções em plataformas como X, Instagram, YouTube, TikTok, Facebook, Bluesky, Tumblr e Reddit.
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O levantamento foi feito a partir dos termos “Pssica” e “Pissica” combinados com “Netflix” e com geolocalização no Pará. Os dados revelaram que a série conseguiu gerar debates intensos tanto dentro quanto fora da região amazônica. Segundo Calasanz, “o social listening é importante porque mostra uma fotografia do que as pessoas estão falando nas redes e permite tomar decisões baseadas nessas conversas. No caso da série, é útil para entender se a produção agrada ao público do streaming e também para abrir novas possibilidades de investimentos em atores, diretores e escritores”.
Orgulho e críticas
A recepção entre os paraenses foi marcada por sentimentos divididos. Muitos destacaram o orgulho de ver um autor local adaptado por uma gigante do streaming e elogiaram a qualidade técnica da produção. Por outro lado, surgiram críticas à forma como o sotaque e a geografia foram retratados. “Foi interessante ver como os paraenses elogiaram a iniciativa, mas também desaprovaram certos detalhes. Isso mostra que o público local busca não só representação, mas também valorização em obras audiovisuais”, analisa Calasanz.
No contexto nacional, “Pssica” chamou atenção do público por abordar temas sensíveis como tráfico humano, exploração sexual de menores e violência, além de incorporar o misticismo amazônico. Para muitos espectadores de outras regiões do país, segundo Calasanz, a obra funcionou como um “despertar”: “Me chamou atenção o distanciamento que pessoas de fora têm sobre a nossa região, como se a série fosse um convite para lembrar que fazemos parte da nação”, disse.
Ao todo, 40,4% das menções monitoradas foram positivas, destacando a qualidade técnica e a iniciativa de dar visibilidade à Amazônia em escala global. Já os pontos negativos se concentraram nas críticas à adaptação do livro e à ambientação. Para além da recepção imediata, a pesquisa mostra como *Pssica* não apenas trouxe para o centro do debate nacional temas cruciais da realidade amazônica, mas também evidenciou a necessidade de maior cuidado na forma como a região e seu povo são representados no audiovisual.
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Pssica no Senado Federal
O debate em torno da série também ganhou contornos políticos. A senadora Damares Alves (PL) fez uma postagem relacionando a produção ao caso de “Amarildo”, ex-integrante da Comissão de Direitos Humanos, assassinado em 2008 após registrar denúncias de exploração sexual de meninas na Guiana Francesa.
A fala impulsionou o termo “Guiana” nas menções à série. Para Calasanz, “a postagem funcionou como uma validação das declarações da senadora sobre crimes sexuais na Amazônia. Os muitos compartilhamentos ajudaram a ampliar essa cobertura num momento em que ela enfrenta investigação por suposta prevaricação”, finaliza.
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